A defesa dos seis cidadãos angolanos acusados de prepararem atentados terroristas durante a visita do antigo Presidente americano Joe Biden ao país em 2024 pediu um acordo com a justiça no arranque do julgamento no Tribunal Provincial do Huambo nesta segunda-feira, 10.
Depois das formalidades preliminares, o Ministério Público (MP) pediu uma pena de até 15 anos de prisão para os réus pelos crimes de associação terrorista, posse de substâncias tóxicas, posse de explosivos e falsificação de documentos.
Avelino Sandália Kapessa, representante do MP, afirmou que há muitos elementos que sustentam a acusação.
"Só decidiram abortar o processo pelo forte aparato de segurança da cidade alta, não tinham nenhum ponto de recuo e os materiais que usavam serem obsoletos", disse o procurador.
A defesa, liderada por Oliveira Nasso, do gabinete de advogado de David Mendes. solicitou ao tribunal a possibilidade de um acordo com a justiça em troca de benefícios legais.
"Sobre o acordo de delação premiada, estamos a aguardar tranquilo e serenos no desfecho desse julgamento", disse Nasso.
A acusação
A acusação sustenta que o plano do grupo foi elaborado para ser executado em outubro, quando estava inicialmente agendada a visita de Biden an Angola.
O grupo, composto por seis angolanos e liderado por um cidadão que se autodenomina presidente do movimento revolucionário "Furoa", pretendia realizar explosões em várias alvos, incluindo a Refinaria de Luanda, o Palácio Presidencial, a Assembleia Nacional, a Embaixada dos Estados Unidos, o Hotel Intercontinental, a subestação elétrica do Huambo, a sede da SIC e os reservatórios de combustível da Sonangol.
O juiz Evaristo Samala não anunciou as novas audiências do julgamento, nem estimou o tempo que deverá estender-se.
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