Links de Acesso

Análise: futuro de Angola


Issau Agostinho quando participou de uma conferência em Berlim em 2017.
Issau Agostinho quando participou de uma conferência em Berlim em 2017.

Depois das eleições gerais de 23 de Agosto desenvolveu-se uma tensão política com a publicação dos resultados provisórios pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), que deu a vitória ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder desde a independência do país em 1975.

Na quarta-feira, 6 Setembro, o presidente da CNE, Dr. André Silva Neto, divulgou numa conferência de imprensa os resultados definitivos e confirmou João Lourenço como novo Presidente de Angola, com 61% dos votos para o MPLA.

O sonho de mudança que muitos angolanos almejavam terá de esperar mais cinco anos. Essa espera para alguns tem sindo longa: em torno de 41 anos.

E agora como fica o futuro de Angola, já que o país mudou de presidente, mas continua a ser governado pelo mesmo partido?

O cientista político Issau Agostinho, doutor em Estudos Políticos pela universidade La Sapienza, comentou a pós-eleição em Angola, que comparou com outras eleições no continente africano.

Ele citou os estudos do África Barómetro, órgão que se dedica a estudos e sondagens no continente africano, que indicam que há um conjunto de países que registaram melhorias substanciais na realização de processos eleitorais, como Gana, Cabo Verde e Botswana.

Outros países como a África do Sul e a Namíbia tiveram avanços ainda expressivos, pois os resultados das eleições foram condicentes com a vontade da população, destaca Agostinho.

Para o cientista político, esses dados são indicadores do rumo que a maioria dos países africanos está a seguir com relação ao processo eleitoral.

No que diz respeito a Angola os dados são claros: quatro pleitos eleitorais com os partidos da oposição sempre reivindicando fraude eleitoral. “Foi assim em 1992, em 2008, 2012 e 2017".

O que isso indica? Segundo Agostinho há uma crise das instituições, não só africanas, como também angolanas, e essa crise tem a ver com a falta de credibilidade de acções que vem sendo implementadas por organismos como a Comissão Nacional Eleitoral.

Ele observa que os resultados que a CNE divulgou foram alvo de uma contestação generalizada, não só por parte da oposição como também por parte da maioria da população angolana.

Para Agostinho, enquanto a crise institucional não for resolvida vamos continuar a assistir à repetição e à perpetuação da contestação eleitoral.

Confira a entrevista na íntegra para ouvir o comentário de Issau Agostinho sobre a decisão de um juiz do Supremo Tribunal do Quénia de invalidar os resultados das eleições do dia 8 de Agosto e para ouvir a mensagem dirigida aos compatriotas angolanos.

Entrevista com Issau Agostinho
please wait

No media source currently available

0:00 0:06:36 0:00

XS
SM
MD
LG