Agências internacionais de notação financeira consideram que o novo Governo angolano terá pela frente muitos desafios, mas que as críticas da oposição aos resultados das eleições do passado dia 23 não provocarão contestação social de longo prazo, nem colocarão em causa a estabilidade do país.
A consultora BMI Research, do grupo Fitch, considera que a política económica do Governo de Angola vai manter-se e que a contestação da oposição aos resultados poderá gerar contestação social, mas de curta duração.
“Apesar da rejeição do resultado oficial pela oposição, as acções judiciais não deverão resultar em nenhuma contestação social de longo prazo", dizem os analistas em nota enviada nesta quinta-feira, 31, a investidores, na qual também acreditam que não haverá alteração em virtude de o candidato do partido que se considera vencedor das eleições, João Lourenço, ter sido escolhido por José Eduardo dos Santos.
A nomeação de um novo Presidente não deverá resultar "numa significativa divergência política face ao anterior Executivo”, estima a agência,
Por seu lado, os analistas da agência Moody's consideram que o resultado das eleições em Angola demonstra estabilidade política, embora continue a haver "significativos desafios orçamentais e sociais" devido à situação económica difícil que o país enfrenta.
Os resultados, escrevem,“promovem a continuidade das políticas económicas”, mas "a economia continua vulnerável à volatilidade do preço do petróleo", que origina falta de dólares e desvalorizações cambiais e, por conseguinte, a importação de bens e o repatriamento de capitais.
Oito dias após as eleições gerais, aguardam-se os resultados definitivos, mas os provisórios, segundo a Comissão Nacional de Eleições (CNE), dão uma vitória de 61 por cento ao MPLA, no poder, o que lhe garante a maioria qualificada na Assembleia Nacional.