O Tribunal Judicial da Cidade de Maputo adiou por duas semanas a leitura da sentença do caso referente ao assassinato do Procurador Marcelino Vilanculo, inicialmente previsto para esta sexta-feira, 12.
Este adiamento acontece no dia em que a Human Rights Watch divulga um relatório denunciando abusos cometidos por forças do governo moçambicano e pela Renamo.
Marcelino Vilanculo, afecto à cidade de Maputo, foi barbaramente assassinado no dia 11 de Abril de 2016, e tinha a seu cargo a investigação sobre casos de raptos que abalavam as cidades de Maputo e Matola.
No processo Edith Cylindo é acusada de ser uma das autoras materiais do crime, afirmando-se que ela terá seguido o magistrado desde o local de trabalho até perto da sua residência, no município da Matola, onde terá dado ordens a outros executores para que Marcelino fosse baleado.
"O Próximo a Morrer"
Entretanto, a capital moçambicana testemunhou esta sexta-feira, o lançamento do relatório da organização de defesa dos direitos humanos, Human Rights Watch (HRW), sobre alegados abusos cometidos entre 2015 e 2016, em Moçambique, com particular incidência na zona centro do país.
O representante da HRW em Moçambique, Iain Levine, disse que tanto as forças de defesa e segurança como os homens armados da Renamo cometeram abusos, sobretudo nas províncias de Sofala, Manica, Zambézia e Tete.
Para Levine, que falava no lançamento do relatório "O Próximo a Morrer", há uma dimensão muito importante de direitos humanos que é essencial para a estabilidade a longo prazo do país.
O relatório é baseado em mais de 70 entrevistas feitas a alegadas vítimas de abusos e familiares, bem como a agentes da polícia, militares, políticos, activistas e jornalistas.