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EUA: Acordo de última hora evita encerramento do Governo


Presidente Obama fala com os jornalistas, na Casa Branca, apos a concluso das negociaçes sobre o orçamento, ontem a noite
Presidente Obama fala com os jornalistas, na Casa Branca, apos a concluso das negociaçes sobre o orçamento, ontem a noite

Orçamento para o resto do ano prevê cortes de 39 mil milhões de dólares

Um acordo na 23ª hora entre legisladores Democratas e Republicanos, em negociação constante com o Presidente Barack Obama, evitou o encerramento do Governo dos Estados Unidos.

O acordo de orçamento de Estado para este ano prevê cortes orçamentais no valor de 39 mil milhões de dólares, em relação à despesa governamental do ano passado. A Lei do Orçamento será redigida nos próximos dias e deverá estar finalizada em meados da próxima semana.

Até lá, o Governo vai funcionar com um orçamento interino aprovado pelo Congresso em sessão de emergência, antes da meia-noite de Washington (5h00 da manhã em Lisboa e Luanda, 6h00 da manhã em Maputo), hora para que estava previsto o encerramento do Governo, por falta de orçamento.

Desde Outubro que o governo funcionava com duodécimos calculados em função do orçamento do ano fiscal anterior, aprovados por períodos limitados, enquanto se prolongavam, de forma invulgar, negociações particularmente cintenciosas entre, por um lado, a Casa Branca e os Democratas e, do outro, os Republicanos, com a sua nova ala conservadora, conhecida como "Tea Party".

O presente orçamento aprova fundos até ao fim do ano fiscal de 2011, que termina a 30 de Setembro. Os Republicanos já apresentaram um orçamento para 2012, prevendo cortes radicais na despesa pública.

O impasse sobre a aprovação do Orçamento Federal estava a ser visto por observadores políticos como um braço de ferro entre o líder da Câmara dos Representantes, John Boehner, e os seus colegas republicanos, e o presidente Barack Obama.

O desfecho poderá determinar se Boehner lidera de facto o Partido Republicano ou está a seguir as exigências do movimento Tea Party. Para já, Boehner parece ter prevalecido.

Para o presidente Obama tratava-se do maior teste sobre se ele se poderia reposicionar como um líder pragmático com os olhos no centro político e sem perder a sua base liberal e idealista.

O impasse sobre o Orçamento intensificou-se na quarta-feira e o presidente convidou Boehner e o líder da maioria democrata do Senado, Harry Reid, para uma reunião ao final da noite na Sala Oval. No final da reunião, o presidente Obama não anunciou um acordo, mas disse aos jornalistas estar confiante de que se ira chegar a um acordo e evitar o encerramento parcial do governo.

As negociações diziam respeito a uma pequena quantidade de dinheiro no contexto do orçamento de três triliões e meio de dólares, mas complicaram-se por disputas políticas profundas entre os partidos sobre despesas relativas a serviços de aborto, cuidados médicos e ambiente.

Boehner, cujo poder como líder da Câmara dos Representantes pode subir ou descer dependendo de como lidou as negociações sobre o orçamento, tem pela frente um grupo de congressistas republicanos inspirados pelo movimento Tea Party que já mostrou vontade de se rebelar e conduzir a liderança dos republicanos para além do ponto de ruptura em assuntos fiscais.

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