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Moçambique: Conselho de Estado pede despartidarização dos órgãos eleitorais e diálogo para a produção de consensos


Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, na abertura da reunião do Conselho de Estado, Maputo, 11 dezembro 2024
Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, na abertura da reunião do Conselho de Estado, Maputo, 11 dezembro 2024

Órgão consultivo do Presidente da República condena violência e apela as forças vivas a contribuírem para consensos sobre problemas do país

O Conselho de Estado de Moçambique condenou a extrema violência registada durante os protestos contra os resultados das eleições de 9 de outubro, instou as Forças de Defesa e Segurança a defenderem o país mas a aprimorarem a sua capacidade de interação com as comunidades e propôs a revisão da lei eleitoral e a despartidarização dos órgãos eleitorais.

Conselho Constitucional encontrou-se com Podemos
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Num comunicado divulgado no final de uma reunião de algumas horas, aquele órgão consultivo do Presidente da República convocado por Filipe Nyusi disse ter concluído "que a crise pós-eleitoral desafia o Estado moçambicano a levar a cabo reformas profundas como forma de evitar que, no futuro, tais actos voltem a suceder" e nesse sentido propos "a revisão atempada e inclusiva da lei eleitoral", que tenha como objetivos principais "a despartidarização e profissionalização dos órgãos de gestão eleitoral, bem como a adopção de medidas conducentes à promoção de transparência e credibilização dos processos eleitorais".

Quanto à crise atual, que segundo a Plataforma Eleitoral Decide já deixou mais de 100 mortos e centenas de feridos, o Conselho de Estado instou "as forças vivas da sociedade a reforçarem o diálogo conducente à produção de consensos sobre o futuro de Moçambique" e encorajou "os partidos políticos, as confissões religiosas, a academia e a sociedade civil a buscarem conjuntamente as soluções para os problemas que o país atravessa, tendo como finalidade a promoção e consolidação da coesão social".

O comunicado diz também que os conselheiros condenaram "veementemente a extrema violência que se consubstancia na destruição de infra-estruturas públicas e privadas, bloqueio de vias, ataques a subunidades da Polícia da República de Moçambique e vandalização de estabelecimentos comerciais, facto que contribui para a fragilização da economia nacional" e defenderam que "as Forças de Defesa e Segurança devem envidar esforços no sentido de garantir o normal funcionamento das instituições e da vida dos moçambicanos".

No entanto, ressalvaram que aquelas forças devem "aprimorar a sua capacidade de interação com as comunidades, privilegiando o diálogo e recorrendo à força somente em casos de extrema necessidade e quando todos os outros mecanismos estiverem esgotados".

O Conselho de Estado condenou, igualmente, "o envolvimento de crianças e adolescentes em ilícitos criminais associados aos protestos e apelou aos pais e encarregados de educação para que tomem medidas que refreiem o envolvimento destas faixas etárias em actos que podem comprometer o desenvolvimento da sua personalidade".

Entre várias outras personalidades fazem parte do Conselho de Estado, estão os antigos Presidentes Joaquim Chissano e Armando Guebuza, o presidente da Renamo, Ossufo Momade, a antiga primeira-dama e ativista social Graça Machel, entre outros dirigentes do Estado e personalidades.

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