A agência de defesa civil de Gaza afirmou que três trabalhadores humanitários foram mortos num ataque aéreo israelita no território controlado pelo Hamas, no sábado, 1, mas o exército israelita disse ter morto um “terrorista”.
A agência afirmou que os trabalhadores humanitários mortos eram funcionários palestinianos da World Central Kitchen. O grupo de ajuda americana informou, entretanto, que vai suspender as operações em Gaza, e adiantou não ter conhecimento da existência de um funcionário com "alegada ligação ao ataque de 7 de Outubro", estando a analisar a situação.
O exército declarou em comunicado que o trabalhador era um “terrorista” que “se infiltrou em Israel e participou no massacre assassino de 7 de outubro no Kibutz Nir Oz” e “trabalhava para a organização WCK”.
Representantes da unidade militar israelita responsável pela supervisão das necessidades humanitárias em Gaza “exigiram que altos funcionários da comunidade internacional e da administração da WCK esclarecessem a questão e ordenassem um exame urgente relativamente à contratação de trabalhadores que participaram no massacre de 7 de outubro”, refere o comunicado.
O porta-voz da agência de defesa civil, Mahmud Bassal, disse que os corpos de “pelo menos cinco mortos foram transportados (para o hospital), incluindo (os dos) três empregados da World Central Kitchen”.
“Os três homens trabalhavam para a WCK e foram atingidos quando conduziam um jipe da WCK em Khan Yunis”, disse Bassal, acrescentando que o veículo estava ‘marcado com o seu logótipo claramente visível’.
O exército israelita insistiu que o seu ataque na principal cidade do sul atingiu “um veículo civil não identificado e o seu movimento na rota não foi coordenado para o transporte de ajuda”.
Em abril, um ataque aéreo israelita matou sete funcionários da WCK - um australiano, três britânicos, um norte-americano, um palestiniano e um polaco.
Israel afirmou que tinha como alvo um “atirador do Hamas” nesse ataque, mas os militares admitiram uma série de “erros graves” e violações das suas próprias regras de combate.
O ataque de outubro de 2023 causou a morte de 1 207 pessoas, na sua maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP dos números oficiais israelitas.
A ofensiva militar de retaliação de Israel matou 44 382 pessoas em Gaza, de acordo com os números do Ministério da Saúde do território, que as Nações Unidas consideram fiáveis.
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, afirmou no sábado que pelo menos 44 382 pessoas foram mortas em mais de 13 meses de guerra entre Israel e militantes palestinianos.
O número inclui 19 mortes nas últimas 24 horas, de acordo com o ministério, que disse que 105.142 pessoas ficaram feridas na Faixa de Gaza desde o início da guerra, quando militantes do Hamas atacaram Israel em 7 de outubro de 2023.
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