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Bispos católicos moçambicanos alertam para riscos de violência generalizada por causa do diferendo eleitoral


Eleitores fazem esperam para votar nas Eleições Autárquicas em Moçambique.
Eleitores fazem esperam para votar nas Eleições Autárquicas em Moçambique.

A Igreja Católica de Moçambique alertou nesta quinta-feira, 19, para o risco de alargamento do foco de violência um pouco por todo o país, caso não sejam devidamente resolvidos os problemas resultantes das divergências geradas pelos resultados provisórios das eleições autárquicas de 11 de Outubro, nas 65 autarquias.

Também hoje a Ordem dos Advogados de Moçambique pediu a demissão dos membros da CNE e a oposição boicotou o Parlamento.

Numa nota pastoral, a liderança católica juntou a sua voz ao resto da sociedade civil e fez críticas à forma como o processo eleitoral decorreu.

“Nós vimos elementos alarmantes neste processo, desde ilícitos e irregularidades, uns mais graves que outros, e que a estas alturas do nosso histórico de eleições já devíamos ter ultrapassado”, disse Dom João Carlos, porta-voz da comunidade católica.

Ele acrescentiou que o país está a caminhar no fio da navalha devido à desconfiança que os resultados até aqui divulgados estão a suscitar, uma situação de instabilidade e de contínua tensão social, por isso, deixou apelos, sobretudo aos órgãos eleitorais, para que tenham coragem de decidir em função daquilo que foi, efectivamente, a vontade popular.

“É preciso que revejam com responsabilidade e justiça todo o processo de apuramento dos resultados. Se for necessário rever os resultados, não terem medo de dar este passo ", frisou aquele dirigente eclesiástico.

Advogados exigem demissão da Comissão Nacional de Eleições (CNE)

Quem também juntou-se ao repúdio devido à alegada falta de lisura no processo eleitoral é a Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM).

Através de um comunicado emitido nesta quinta-feira, a OAM entende que os atuais membros da CNE já não estão em condições para continuar a dirigir o órgão e pedem, por isso, a demissão coletiva.

“Entendemos que o presidente da Comissão Nacional de Eleições e toda a sua equipa não têm condições para se manterem no mandato, depois de todo este imbróglio que se desencadeou e que colheu tão pouco agrado da sociedade, até porque a vontade popular e a transparência eleitoral não são transaccionáveis”, afirmam os advogados.

A tensão pós-eleitoral também chegou ao Parlamento.

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Na abertura de mais uma sessão plenária, apenas os deputados da Frelimo, no poder, estiveram presentes.

A Renamo, através do porta-voz do partido, José Manteigas, diz que os seus deputados só voltam ao Parlamento, depois de resolvidos os problemas eleitorais.

Posição idêntica têm os deputados do MDM, a terceira força parlamentar.

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