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Oposição moçambicana boicota abertura da sessão legislativa em protesto contra resultados eleitorais


Esperança Bias, presidente da Assembleia da República, Moçambique, 21 Outubro 2021
Esperança Bias, presidente da Assembleia da República, Moçambique, 21 Outubro 2021

Deputados da Renamo e do MDM sustentam que houve irregularidades e fraudes das eleições autárquicas de 11 de outubro

A Renamo, principal partido da oposição, e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), a terceira força no Parlamento, boitocaram o arranque dos trabalhos da oitava sessão ordinária da Assembleia da República de Moçambique nesta quinta-feira, 19.

Os deputados de ambos partidos tinham anunciado que não se fariam presentes hoje em protesto contra o processo eleitoral.

“A bancada parlamentar da Renamo não concorda, repudia e não aceita os resultados das eleições autárquicas. No dia da abertura desta sessão na Assembleia da República, a bancada da Renamo não se fará presente. O nosso regresso vai depender do partido Frelimo e da reposição da verdade eleitoral”, afirmou José Manteigas, porta-voz da Renamo.

O MDM também tinha dado inidicação nesse sentido em protesto contra o que chama de “irregularidades no processo eleitoral”, tendo o seu presidente, Lutero Simango, pedido ontem a recontagem dos votos.

Na abertura da sessão, a presidente da Assembleia da República, Esperança Bias, saudou os moçambicanos pela forma pacífica e ordeira como votaram no dia 11 de Outubro.

“Lamentos os atos que levaram a ferimentos de alguns cidadãos. Que o ambiente de calma e tranquilidade que caracterizou a campanha e a votação prevaleçam. Aguardemos serenamente pela divulgação dos resultados pelas autoridades competentes”, afirmou Bias que, na ocasião, lamentou a morte de Alice Mabote, destacando a sua defesa dos direitos humanos.

Tanto a Renamo como o MDM, como observadores nacionais, têm denunciado uma série de irregularidades e fraudes, segundo sues líderes, e tribunais já anularam eleições em três dos 65 municípios.

A Embaixada dos Estados Unidos em Maputo emitiu um comunicado na terça-feira, 17, a considerar existir muitos relatórios credíveis de irregularidades no dia da votação e durante o processo de apuramento dos votos das eleições autárquicas e pediu que haja uma resolução justa sobre esses alegados ilícitos eleitorais.

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A nota acrescenta que eleições decorreram "de um modo geral, pacífico", mas reconheceu que "existem muitos relatórios credíveis de irregularidades no dia da votação e durante o processo de apuramento dos votos".

Refira-se que na agenda da sessão legislativa que arrancou hoje estão informações anuais do Presidente da República sobre o estado da nação e do Provedor da Justiça, a apreciação e aprovação das Propostas do Plano Económico e Social (PES) e de Lei que aprova o Orçamento do Estado (OE), ambos documentos para 2019, bem como as Sessões de Informações e Perguntas ao Governo sobre assuntos candentes da actualidade nacional.

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