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Plataformas cívicas de observação eleitoral chumbam eleições autárquicas em Moçambique


Eleitor vota em Nampula nas eleições autárquicas de 11 de outubro, Moçambique.
Eleitor vota em Nampula nas eleições autárquicas de 11 de outubro, Moçambique.

“Estas eleições não foram nem livres, nem justas, nem transparentes” disse Edson Cortez, presidente da Mais Integridade em conferência de imprensa, enquanto a Sala da Paz aponta várias irregularidades.

A plataforma Mais Integridade, um consórcio de observação eleitoral composta por várias organizações cívicas nacionais apresentou hoje a sua avaliação às sextas eleições autárquicas no país, tendo concluído que o processo esteve aquém do que se pretendia.

Outra plataforma cívica Sala da Paz, também considerou que a votação foi tudo, menos transparente.

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“Estas eleições não foram nem livres, nem justas, nem transparentes” disse Edson Cortez, presidente da Mais Integridade em conferência de imprensa.

Para Cortez, o processo foi manchado por várias irregularidades, que vão desde “o enchimento de urnas”, boicote ao trabalho dos observadores, desaparecimento de editais e falsificação de resultados.

De acordo com a plataforma, “a fraude” foi orquestrada por figuras ligadas Frelimo, com conivência dos órgãos eleitorais.

“Os órgãos eleitorais são marionetes do partido no poder. Ao nível das províncias quem manda são os Primeiros Secretários do partido Frelimo e os chefes das brigadas centrais, que são eles que, quando começaram a sair os primeiros resultados das contagens, deram ordens para que se mandasse sair os observadores e jornalistas para não acompanharem o processo”, concluiu Cortez.

Por outro lado, a Sala da Paz, outra plataforma cívica, também diz que o processo foi tudo, menos transparente, apontando o enchimento prévio de urnas como um dos factores constatados.

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“A Sala da Paz está preocupada pelo facto das irregularidades verificadas mostrarem resultados preocupantes em termos de integridade e transparência eleitoral e confiança nos actores políticos e eleitorais” sintetizou a coordenadora da plataforma, Felicidade Chirindza.

Processos anulados

Como que a dar razão aos protestos em algumas autarquias, os tribunais distritais de Chókwè, em Gaza, Alto-Molócuè, na Zambézia, Cuamba no Niassa, anunciaram nesta tarde a anulação das eleições.

Em resposta aos processos de impugnação submetidos pela oposição, os tribunais de Cuamba, que vinha sendo governado localmente pela Renamo, e Chókwè, um bastião tradicional da Frelimo, concluíram que os resultados anunciados apresentam vícios que deturpam a verdade eleitoral e ordenaram a repetição do escrutínio.

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Ao analisar estes factos, Dércio Alfazema, comentador político nacional, considera que a situação não deve parar apenas por aqui.

“Tem que haver alguma responsabilização porque a realização de processos eleitorais tem custos e o nosso país não tem dinheiro para estar a repetir eleições por causa de comportamentos como estes que temos estado a acompahar”, afirma Alfazema.

Refira-se que face aos resultados eleitorais anunciadosa Renamo convocou para amanhã, 17, marchas populares a nível nacional, para repudiar o que classifica de fraude eleitoral.

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