O Credit Suisse concordou em pagar cerca de 475 milhões de dólares às autoridades dos Estados Unidos e do Reino Unido para resolver os encargos relacionados com as ofertas de títulos relacionados com as dívidas ocultas de Moçambique, disse nesta terça-feira (19) a Comissão de Valores Mobiliários (SEC, em Inglês).
As acusações concentraram-se no papel do banco, com sede em Zurique, no escândalo de 2 biliões de dólares americanos envolvendo empréstimos garantidos pelo governo moçambicano.
A SEC disse que o Credit Suisse enganou os investidores de forma fraudulenta e violou as leis de suborno dos EUA, num esquema envolvendo duas ofertas de obrigações e um empréstimo sindicado que levantou fundos em nome de entidades estatais de Moçambique.
A resolução é o mais recente desenvolvimento no escândalo de vários anos deste banco.
Moçambique também está a processar o Credit Suisse e a construtora naval Privinvest no Supremo Tribunal de Londres, no caso desses empréstimos garantidos pelo governo, em 2013 e 2014. Grande parte do valor desapareceu.
Uma subsidiária sediada em Londres do banco russo VTB também concordou em pagar mais de 6 milhões de dólares para liquidar os encargos da SEC.
Separadamente, a Autoridade Suíça de Supervisão do Mercado Financeiro disse que o Credit Suisse violou gravemente os requisitos organizacionais e as obrigações de comunicação da Lei contra a Lavagem de dinheiro (AMLA) dos EUA em relação aos empréstimos que fez à empresas do Estado moçambicano em 2013.