O Tribunal Supremo do Zimbabwe declarou, neste sábado, que a tomada de poder pelo exército, que resultou na renúncia de Robert Mugabe, é legal, uma decisão importante uma vez que os militares insistiam que não fizeram um golpe de Estado.
O tribunal disse que a acção dos militares foi para impedir a usurpação de poder pelos que rodeavam Mugabe, garantindo desse modo que indivíduos não eleitos assumam cargos executivos.
A decisão do tribunal é anunciada um dia depois da tomada de posse de Emmerson Mnangagwa como presidente daquele país da África austral.
Reformas e compensações
O novo líder promete grandes reformas para aliviar a longa crise económica do país, que já teve a fama de celeiro de África.
Robert Gabriel Mugabe foi pressionado a abandonar o cargo que ocupou por 37 anos.
No seu discurso de tomada de posse, Mnangagwa disse que o Zimbabwe vai procurar pagar as suas dívidas internacionais, reduzir as restricções nas importações e garantir que o povo tenha uma moeda forte.
Ele consegui aplausos da multidão que enchia o estádio de 60 mil lugares.
Mnangagwa disse também que está comprometido em compensar os agricultores cujas terras foram tomadas pelo governo de Robert Mugabe.
“A voz do povo é a voz de Deus"
Os críticos de Mugabe dizem que a sua política controversa de reforma de lei de terra, que afastou agricultores brancos, resultou em fome.
Mnangagwa vai liderar o Zimbabwe até o término do mandato de Mugabe, previsto para meados de 2018, altura da votação presidencial.
Em relação ás eleições, ele encorajou a todos os zimbabweanos a permanecerem pacíficos. “A voz do povo é a voz de Deus", disse.
Mnangagwa aproveitou a ocasião para falar de Robert Mugabe, a quem chamou de “pai da nossa nação”, que também cometeu “erros”.