“Nós não vamos andar sempre de joelhos" - afirma líder da UNITA

  • António Capalandanda

Abilio Kamalata Numa desafia os serviços de segurança a processar a UNITA

O general Numa desafiou os Serviços de Inteligência e Segurança de Estado de Angola a mover uma acção judicial contra a UNITA

UNITA desafiadora

Abílio Kamalata Numa,secretário-geral da UNITA, disse em Benguela, que "o país está a ser governado por crioulos que estão destruindo as últimas pontes da reconciliação nacional com o assassinato dos membros da oposição".

Numa político que falava durante um comício, realizado fim-de-semana, no Município do Bocoio.Reagia, assim, à morte de um dirigente do seu partido, Armindo Januário Sikaleta,assassinado mês passado naquela municipalidade.

Segundo aquele político,o país pode mergulhar numa onda de conflitos violentos entre os "crioulos e autóctones" caso o regime não termine com os assassinatos políticos no país.

“Evitem os choques,por amor Deus”- apelou Numa, acrescentando: “Nós não vamos andar sempre de joelhos.O que nós queremos é a democracia,é um Estado de direito, é a dignificação do homem angolano na terra do seu nascimento.”

Numa deu ainda um prazo de três meses ao governo de Benguela para apresentar os autores da morte de Sikaleta.Aquele dirigente da UNITA prometeu realizar a marcha de protesto,caso as autoridades não esclareçam as circunstâncias do assassinato de Sikaleta no período requerido.

“Mostrem-nos os criminosos,entreguem-nos aquelas provas e julguem os criminosos,” disse o general Numa que desafiou os Serviços de Inteligência e Segurança de Estado de Angola (SISE) a mover uma acção judicial contra o seu partido, alegadamente por difamação.“Nós estaremos aqui para nos defendermos.Não vamos ter medo que nos processem ainda amanha”- comentou o general Numa.

Refira-se que a UNITA acusou a secreta angolana de estar por detrás do assassínio de Sikaleta, mas uma fonte da Segurança de Estado negou à Voz da América a quelas acusações,afirmando que a morte daquele dirigente do maior partido da oposição resultou de um crime passional ou seja de “um crime motivado por ciúmes.”