As alegadas ameaças feitas pelo subprocurador da República da Huíla aos funcionários e técnicos administrativos da Procuradoria Geral da República (PGR) na província, aquando da primeira fase de paralisação em Julho do ano passado, levaram a que eles não aderissem à greve iniciada na segunda-feira, 29, classe.
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O delegado do Sindicato dos Funcionários da PGR na Huíla, Angolano Mateus, disse que apesar de os colegas se reverem na greve preferiram não aderirem à mesma por temerem represálias.
Angolano Mateus diz compreender a posição dos colegas por ele próprio ser o exemplo da mão pesada da PGR.
“Depois da greve de Julho de 2017 eu fui compulsivamente transferido para o município da Matala e aquilo funcionou como uma espécie de aviso: `Olha quem tomar a mesma posição de me afrontar vai ter o mesmo caminho`,por isso os colegas estão receosos e com alguma razão não os condeno. Peço aos colegas a nível nacional e à opinião pública nacional que não condenem os colegas muitos deles são chefes de família e o seu ganha-pão é mesmo aqui, hoje o emprego está difícil e as pessoas têm algum receio. Repito não porque não se revêm estão todos agastados com esta situação”, disse Mateus.
O Ministério Público na Huíla aproveitou esta segunda-feira, 29, para num encontro com os funcionários do órgão local passar as decisões saídas da reunião da passada sexta-feira, 26, em Luanda em que a PGR deu a saber que apesar do direito da greve estar salvaguardada na lei, a presente não respeita os requisitos legais.
A Procuradora da República adjunta da Huíla, Maria Carlos, disse que cada um é livre para aderir à greve e refutou as acusações de ameaças a partir da superestrutura do organismo para com os funcionários para travar a paralisação.
«Não houve nenhuma ameaça, uma vez que o direito à greve é constitucionalmente consagrado e todo o funcionário público tem direito desde que alguns dos seus direitos esteja a ser violado», sustentou Carlos.
A representante do Ministério Público rejeitou também qualquer ligação do processo disciplinar imposto ao funcionário em causa com a greve.
«O funcionário foi transferido por conveniência de serviço e não tem ligação com a greve uma vez que no local onde ele se encontra colocado actualmente havia um outro funcionário que está reformado», justificou a Procuradora da República adjunta na Huíla, Maria Marcolina Carlos.