A Procuradora Geral da República, Beatriz Buchili, vai amanhã, 28, ao parlamento moçambicano apresentar o seu Informe Anual sobre a situação da legalidade e criminalidade, numa altura em que o país é abalado por acções terroristas em Cabo Delgado.
O informe vai abordar oito tópicos, com destaque para terrorismo, em Cabo Delgado, e o caso das “dívidas ocultas”, que envolve figuras da nomenclatura moçambicana.
Veja Também SADC propõe força militar de peso para ajudar Governo moçambicano na luta contra insurgentesNo que diz respeito ao terrorismo, no informe, cuja cópia tivemos acesso, a Procuradoria Geral da República anuncia que deteve, no ano passado, cidadãos, por actos ligados aos ataques, que desde 2017 assolam Cabo Delgado.
“Durante o ano de 2020, foram instaurados 13 processos, com um total de 58 arguidos, em prisão preventiva, dos quais 47 homens e 11 mulheres de nacionalidades moçambicana e iraniana, contra 28 do ano anterior”, indica o informe.
Dos processos abertos, diz o informe, foram acusados quatro e nove estão, ainda, na fase de instrução preparatória.
Veja Também Liberdade condicional de arguidos das “Dívidas Ocultas” é parte da “evolução do processo”, analistasSobre as dívidas ocultas, o Ministério Público diz ter, quase tudo, apostos para o julgamento dos 19 acusados pelos cerca de dois mil milhões de dólares de empréstimo contraído em nome do Estado.
Por outro lado, Buchili queixa-se de falta de colaboração da justiça sul-africana que, apesar de várias diligências feitas, continua sem decidir sobre o pedido de extradição do antigo ministro das Finanças, Manuel Chang, descrito como figura central do caso.
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