Trinta mortos no Sudão em resultado de conflitos étnicos

Trinta mortos no Sudão em resultado de conflitos étnicos

Apesar dos confrontos, o referendo sobre a independência do Sul do Sudão está a registar uma grande afluência às urnas

Há notícia de 30 mortos, no Sudão, em resultado de três dias de violentos combates ocorridos entre elementos das etnias Misseriya e Ngok Dinka, no disputado distrito de Abyei, zona rica em petróleo, apesar da situação ser pacífica nos locais onde estão instaladas as assembleias de voto.

O referendo sobre a independência do Sul do Sudão está a registar uma grande afluência às urnas. Em Juba, ronda os 20 por cento. Na região de Wau, já votaram entre 60 a 80 por cento dos eleitores.

Pelo segundo dia consecutivo, os votantes formaram longas filas em assembleias de voto na capital, Juba, em um pouco por todo o território.

A votação vai prolongar se por toda a semana, terminando no sábado, sendo necessária uma afluência de 60 por cento para que os resultados sejam considerados válidos.

O referendo desta semana faz parte de um acordo assinado em 2005 e que pôs fim à guerra entre o Norte e o Sul. A Voz da América está a companhar de perto a votação. Em Juba, está Scott Bobb, enviado especial da VOA.

O embaixador português António Monteiro é um dos três elementos que integram um painel para acompanhar o referendo no Sudão, nomeado pelo secretário-geral da ONU e liderado pelo antigo presidente Benjamin Mkapa, antigo presidente da Tanzânia. O embaixador Monteiro esteve hoje a acompanhar a votação na cidade de Wau, no Sul do Sudão. O Filipe Vieira, contactou aquele diplomata quando este seguia num “jeep” das Nações Unidas de Wau para Raja, onde irá estar amanhã para o terceiro dia da votação. Monteiro destacou a forma ordeira e disciplinada como a votação está a decorrer, não obstante as dificuldades enfrentadas pelas autoridades sudanesas para pôr em prática o referendo.

Questionado sobre as questões ainda em aberto, como seja a delimitação de fronteiras e a exploração do petróleo, o embaixador António Monteiro considera serem “questões complicadas” , mas adiantou estar em crer que “o bom ambiente que se criou com a realização do referendo e – espero – com a aceitação dos resultados e o bom entendimento entre o Norte e o Sul se possa manter e possa facilitar as negociações e levar à execução dos últimos passos do acordo de paz global, que estará em vigor até 9 de Julho” e que então se tenha oportunidade para celebrar um novo.