O recrudescer da epidemia do coronavírus nos Estados Unidos constitui mais uma má noticia para a campanha de reeleição de Donald Trump.
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Numa altura em que as sondanges continuam a indicar Trump a perder espaço para o ex-vice-presidente Joe Biden em Estados considerados essenciais para reeleição do Presidente, o aumento dos casos de coronavírus vai sem dúvida ser usado para novos ataques à alegada ineficiência da sua administração em lidar com o problema.
As sondagens indicam que a nível nacional Biden lidera Trump com mais de nove por cento.
As eleições americanas não são, contudo, disputadas a nivel nacional.
Cada Estado elege representantes ao colégio eleitoral de acordo com a sua população e é o colegio eleitoral quem na verdade escolhe o Presidente.
Nas ultimas eleições, Trump perdeu a votação a nível nacional mas ganhou as eleições graças a esse sistema.
O problema para o Presidente contudo é que nos Estados considerados essenciais para uma vitória de Trump ele também está atras de Biden.
Na Florida, Biden tem uma vantagem de 5%, na Pensilvânia chega a 6,5%, Wisconsin 6,5% Carolina do Norte 3,3% e Arizona 2.8%
Se se levar em conta que há poucos meses, antes do coronavírus atingir os Estados Unidos, a campanha de Trump tinha planos para tentar ganhar Estados ganhos pelos democratas nas últimas eleições, a Covid-19 e o colapso da economia fizeram mudar tudo, segundo a jornalista Gaby Orr que está a cobrir a campanha eleitoral para a publicação politica The Hill.
Ela fez notar que o Partido Republicano está neste momento a passar anúncios na cidade de Atlanta, no Estado da Geórgia tradicionalmente republicano.
“Se você é o atual Presidente republicano e tem que estar a passar anúncios na Geórgia isso signfica que está com problemas”, disse Orr, para quem “houve uma mudança dramática no modo como a equipa do Presidente está a olhar para o mapa”.
“Isso está relacionado com as sondagens que vimos em Wisconsin, Michigan, Pensilvânia, esses três Estados da chamada 'cintura de ferrugem' em que Joe Biden tem estado a ter melhores resultados que o Presidente e isso está a causar grande preocupação", disse
É verdade que está a ocorrer uma mudança dramática que força a campanha do Presidente a defender os estados tradicionalmente republicanos.
As últimas sondagens indicam, por exemplo, que Trump encontra-se empatado com Joe Biden no Arizona, tem apenas por cento de vantagem no Texas e mais 3% na Geórgia, portanto dentro da margem de erro
Mas no meio destas más noticias para Trump, há também boas noticias.
Uma companhia de angariação de dados para o Partido Democrata avisou que nos Estados importantes para as eleições os republicanos têm estado a ter mais sucesso no registo de novos eleitores.
A publicação Político disse que vários dirigentes do Partido Democrata mostraram- se “ nervosos” quando viram esses números.
No Estado do Iowa, por exemplo, pela primeira vez em muitos anos os republicanos estão a registar mais eleitores que os democratas.
Por outro lado, os republicanos anunciaram ter contratado mais 300 pessoas para as suas campanhas nos diversos Estados elevando para 1.500, o número total de trabalhadores pagos para ajudarem na campanha de Donad Trump e do Partido Republicano nas eleições legislativas
A presidente do Comité Nacional Republicano Ronna Romney disse que a campanha deTrump vai ter como alvo eleitores que gostam do Presidente mas que generalidade tendem a não votar, argumentando que as eleições vão ser decididas por uns poucos milhares de votos em poucos Estados.
Do lado do Partido Democrata, os planos indicam que o partido quer agora não só defender os Estados em que geralmente ganha, mas expandir a sua campanha para os tradicionalmente republicanos e onde pensa que pode ganhar.
No próximo fim-de-semana Trump vai começar a viajar em campanha.
Na sexta feira estará na Florida onde a epidemia do coronavírus aumentou substancialmente e depois no sábado em New Hampshire.
A quatro meses das eleições as viagens e os anúncios vão começar a intensificar-se.