A pouco mais de quatro meses das eleições presidenciais e legislativas nos Estados Unidos, as sondagens continuam a indicar uma queda grande no apoio ao Presidente Donald Trump.
Tendo em conta o eleitorado como um todo, a média das sondagens dá 49,5% de apoio ao candidato democrata Joe Biden e 40,3 % a Donald Trump.
Mas as eleições presidenciais americanas não são decididas numa votação a nível nacional, mas sim em votações nos Estado, de onde depois os chamados representantes para um colégio eleitoral.
Devido ao sistema em que há certos Estados em que os republicanos não esperam ganhar como por exemplo a Califórnia ou em que os democratas não esperam ganhar como por exemplo oTexas ou o Alabama, é nos Estados que mudam de cor partidária de eleição para eleição em que os candidatos se concentram.
São os chamados “swing states” que nas últimas eleições deram a vitória a Trump no colégio eleitoral em 2016 , mas mesmo nesses Estados os números não são bons para Donald Trump.
Biden comanda com 49% dos votos contra 42,2% na Florida, 49.3% contra 43% na Pensilvania, 48% contra 41.8% em Wisconsin, 46.8% contra 44% na Carolina do Norte e 46.3% contra 42.3% no Arizona.
Para além disso, as sondagens indicam também que a percentagem do eleitorado que considera que o Presidente está a fazer um bom trabalho encontra-se num dos níveis mais baixos de sempre, pouco mais de 41%.
Eddie Glaude , professor de Estudos Africano-americanos na Universidade de Princeton, diz que esta queda deve-se essencialmente ao que se está a passar com a pandemia do coronavírus, em que a resposta do Governo central tem sido criticada.
“O virus não é partidário. Não se interessa pela política e o que fez foi estabelecer uma ligação entre as nossas diferenças”, disse aquele professor, para quem, “em última análise, as pessoas em redor do país querem uma resposta do Governo federal a uma pandemia que afetou tudo nas nossas vidas”.
“Penso que o Governo falhou e falhou não só para democratas mas para republicanos independentes, falhou para com todos os americanos”, acrescentou Glaude.
Outros analistas afirmam que a queda no apoio ao Presidente se deve também a outros fatores, mas todos concordam que Trump está em queda e isso alarma muitos republicanos, como é o caso do antigo governador da Nova Jérsia, Chris Christie, para quem se o Presidente “não mudar de rumo em termos da substância do que está a abordar e no modo como lida com o povo americano então ele vai perder”.
Para Christie, as sondagens em termos globais “não têm grande significado mas a tendência é óbvia”.
“A tendência está a cair para o lado de Joe Biden que não diz uma palavra, está escondido em casa sem dizer qualquer coisa", afirmou, acrescentando que não estar "a desacreditar o vice-presidente".
Preocupante para a candidatura de Trump é que as sondagens indicam que ele está a perder apoio entre o eleitorado “sénior”, acima dos 60 anos de idade e que tem sido uma das bases fundamentais da sua Presidência.
Os republicanos querem que Trump, como disse Christie, tenha uma campanha mais concentrada nos seus sucessos e nos problemas que Joe Biden poderá trazer fazendo notar a influência da ala mais à esquerda do partido na campanha de Joe Biden.
As próximas semanas vão ser decisivas para a campanha de Trump, mas o tempo começa a ser cada vez mais curto para a eleição de 3 de novembro.