Uma comissão da verdade e reconciliação poderia contribuir para a consolidação da paz e democracia em Moçambique, dizem vozes da sociedade civil.
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Advertem que o país poderia seguir a experiência sul-africana na década de 1990, quando foi abolido o Apartheid.
Presentemente, a tensão política distendeu-se, ao que tudo indica, na sequência da trégua de dois meses decretada pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, e algumas pessoas acham que esta é uma boa altura para os moçambicanos pensarem numa verdadeira reconciliação e numa paz efectiva.
O bispo auxiliar de Maputo, Dom Carlos Nunes, diz que é responsabilidade de todos os moçambicanos manter este clima de tranquilidade e paz que se vive no país.
Alice Mabota, que dirige a Liga Moçambicana dos Direitos Humanos, destaca que quando a guerra dos 16 anos terminou, não houve a atenção para a necessidade da reconciliação.
Um processo do género, argumenta, poderia abrir espaço para a integração civil de uma parte que, por muito tempo, foi tida como “inimiga".
"Isto é fundamental", considera a activista dos direitos humanos, para quem, sem reconcialição e justiça social a paz é impossível.
Mas o analista Eduardo Conzo considera que isso seria um exercício inútil, "porque se provou que a paz depende da vontade do Chefe de Estado, Filipe Nyusi, e do líder da Renamo, Afonso Dhlakama”.
Conzo remata: “Bastou um simples telefonema para haver paz em Moçambique”.