O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, confirmou o novo rumo no diálogo entre o seu partido e o Governo, como revelou nesta sexta-feira, 3, o Presidente da República.
Ao falar no acto que assinalou o Dia dos Heróis, Filipe Nyusi anunciou que as duas partes vão criar dois grupos de trabalho que deverão procurar soluções sobre o desarmamento e reintegração dos homens da Renamo e a descentralização política.
Nyusi revelou também o fim da fase negocial que contou com a mediação internacional, a quem agradeceu pela sua participação no processo de aproximação das diferenças entre o Governo e a Renamo.
Afonso Dhlakama disse a jornalistas que na próxima semana será anunciada a composição dos grupos integrados por dois elementos da Renamo e igual número do Governo, e que terão o apoio de especialistas ligados às aéreas de descentralização administrativa e militar.
Este novo rumo do diálogo político é fruto dos contactos telefónicos entre Filie Nyusi e Afonso Dhlakama, dos quais resultou a trégua de dois meses nas hostilidades militares.
O terceiro partido com assento parlamentar, o MDM, também saudou a iniciativa e considerou que “relança uma luz verde rumo a uma paz efectiva no país”.
Antigos presidentes comemoram
O antigo Presidente Joaquim Chissano considerou que os “resultados alcançados são encorajadores, mas advertiu que “deve haver mútua compreensão e esse diálogo fraternal deve continuar”.
Em declarações à imprensa à margem das comemorações do Dia dos Heróis, Chissano considerou que o caminho mais eficaz para a paz em Moçambique passa por um clima de confiança entre o Governo e a Renamo, como ponto de partida para a reconciliação.
“As crises são comuns em todas as partes”, afirmou o também antigo Chefe de Estado Armando Guebuza que, no entanto, assinalou que o importante é saber criar mecanismos para ultrapassar estas diferenças.
