Angola intensifica combate ao financiamento do terrorismo

Angola tomou recentemente medidas destinadas a dificultar actividades de financiamento do terrorismo, a partir do seu território.

Aprovadas recentemente leis que permitem combate mais eficaz ao branqueamento de capitais.

22 Jan 2011 - A denúncia do departamento do Tesouro americano deixou Luanda espantada. Na capital angolana estariam instaladas empresas que forneciam apoio a terroristas, nomeadamente a Golfrate, Arosfram e Afri Belg.

Estas empresas constam de uma lista divulgada recentemente pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos e pelo FATF, ou Financial Assets Task Force - uma organização internacional que combate o branqueamento de capitais e o financimento de terroristas, em todo o mundo.

Os últimos relatos alegam que um dos sócios da Arosfram estaria envolvido em actos de financiamento a actividades terrotistas. Trata-se de Kassim Tajideen, cidadão libanês, sócio de várias figuras angolanas ligadas ao milionário negócio de distribuição alimentar.

Analistas ouvidos por Panguinho de Oliveira - na mesa redonda cuja gravaçao pode ouvir clicando imediatamente acima deste texto, ou logo a seguir ao mesmo - dizem que a legislação angolana não estava completa porque não tipificava todos os crimes relacionados com estas actividades e que, portanto, a polícia, os procuradores e os tribunais não tinham base legal para agir

Legislação aprovada recentemente, sobre o branqueamento de capitais, removeu obstáculos jurídicos à actuação das autoridades que, agora, podem intervir, quando há suspeitas de obtenção ilícita de meios financeiros.

Angola estava sob forte pressão internacional para tomar medidas, nomeadamente após o encerramento das suas contas bancárias nos estados Unidos, devido a transacções financeiras suspeitas.

Os analistas ouvidos nesta mesa redonda defendem que o país deve, agora, reforçar as medidas de luta contra o terrorismo internacional, através de orgãos especializados do ponto vista informático, criando uma policia própria, e uma estrutura inter-ministerial.

As autoridades, dizem, devem ser mais cuidado com os investimentos privados que o país tem estado a receber, porque "actualmente estamos a ficar debilitados e involuntariamente a apoiar projectos que um dia nos podem prejudicar".

Um dos alertas é para o facto de, às vezes, "capitais lícitos poderem vir a ser usados em actividades ilícitas, como o tráfico de armas, droga e pessoas". Daí que os analistas ouvidos considerem essencial um combate sério e rápido aos crimes financeiros.