Revelados nomes de mais dois moçambicanos indiciados nos Estados Unidos

Acusação com os dois nomes rasurados e agora revelados

António Carlos do Rosário e Teófilo Nhangumele são apontados pela procuradoria de Nova Iorque

A VOA noticiou no domingo, 6, que a Procuradoria de Nova Iorque acusou três moçambicanos de envolvimento num sistema de fraude que esteve na origem das chamadas "dívidas ocultas".

Num primeiro momento, o documento a que a VOA teve acesso revelou o nome do antigo ministro das Finanças e actual deputado da Frelimo, Manuel Chang e mais quatro estrangeiros, enquanto os nomes de outros dois moçambicanos estavam rasurados.

Agora o Centro de Integridade Pública de Moçambique (CIP) anuncia que os outros dois acusados pela justiça americana são António Carlos do Rosário e Teófilo Nhangumele.

O CIP não revela como e onde obteve a informação, afirmando apenas que “tem informação que os outros dois acusados de nacionalidade moçambicana são António Carlos de Rosáriio e Teófilo Nhangumele”.

Após a detenção na África do Sul do antigo ministro das Finanças Manuel Chang, o documento da procuradoria de Nova Yorque detalhando as acusações tinha dois nomes rasurados por ainda não estarem detidos.

Para além de Chang e dos dois outros moçambicanos cuja identidade foi agora revelada pelo CIP, quatro outras pessoas de diferentes nacionalidades foram presas, três em Londres e uma em Nova Iorque.

Segundo o documento da acusação, os dois moçambicanos terão recebido em conjunto 45 milhões de dólares em cinco pagamentos diferentes.

Devido ao facto dos nomes se encontrarem rasurados quando os pagamentos são detalhados é impossível saber-se a quantia específica que cada um terá recebido,

Carlos de Rosário foi director dos Serviços de Segurança do Estado (SISE) que controlava as empresa EMATUM e Proindicus e quer receberam os empréstimos de milhões dede dólares mas que declararam falência.

Aquando uma investigação levada a cabo pela companhia de auditoria Kroll Caros de Rosário recusou-se a fornecer informações alegando razões ligadas à segurança do Estado.

Teófilo Nhangumele é tido como especialistas em relações públicas e governamentais e trabalhou para a companhia petrolífera BP tendo visto o seu nome ligado a uma companhia que esteve envolvida no negócio dos empréstimos.

No documento de acusação da Procuradoria de Nova Iorque, são mencionados também outros três moçambicanos que terão sido subornados com milhões de dólares mas que por razões desconhecidas não foram indiciados.

O “co-conspirador 1” é identificado como sendo “um indivíduo ... que esteve envolvido na obtenção da aprovação do Governo do projecto Proindicus”; o “co- conspirador 2” é “um familiar de um funcionário sénior de Moçambique”; e o “co-conspirador 3” era “um funcionário sénior do Ministério das Finanças de Moçambique e um director da Ematum”.

O CIP disse que neste último caso “suspeitamos que seja Henrique Gamito ou Isaltina Lucas Sales”.

“Os dois desempenharam funções de relevo tanto na EMATUM como no Ministério do Plano e Finanças”, disse o CIP.

Recorde-se que o antigo ministro das Finanças, Manuel Chang, volta ser ouvido nesta quarta-feira, 9, por um tribunal na África do Sul, onde um juiz irá decidir sobre a sua extradição para os Estados Unidos.