Opositores de Joseph Kabila desconfiam que o processo sirva para preparar as reformas políticas que permitão ao presidente concorrer a um terceiro mandato
Um grupo de líderes da oposição na República Democrática do Congo está a exigir que mediadores internacionais tomem parte nas próximas conversações sobre o futuro do país.
O grupo também alertou para o facto de como essas consultas foram preparadas, elas não devem ser usadas para reformar a constituição.
Os planos para consultas nacionais no Congo Democrático foram anunciados há uma semana pelo presidente Joseph Kabila. Nenhuma data foi avançada, mas o presidente disse que esse diálogo decorrer durante 20 dias.
Uma declaração assinada por 63 políticos da oposição e apoiantes deram conta de sua objecções a forma como estas consultas estão a ser organizadas. No topo da lista de críticas está o facto de o plano não referir ao papel de representantes estrangeiros.
Um dos subescritores dessa contestação política está o líder do partido GPLS, José Makila, e diz que o seu partido insiste que deve haver mediação ou supervisão das consultas pela comunidade internacional, e defende que esta exigência é o espírito de um acordo de paz assinado pelo presidente Kabila e outros Chefes de Estados na cimeira de União Africana em Fevereiro, e em linha com a última resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o Congo, de Março passado.
José Makila aponta para o efeito a enviada especial do Secretário-geral das Nações Unidas para a Região dos Grandes Lagos, Mary Robinson, representante especial do secretário-geral da ONU para a República Democrática do Congo, Martin Kobler que é igualmente o chefe da missão de capacetes-azuis MONUSCO.
Malika adianta que a resolução do Conselho de Segurança adoptada em Março instrui Mary Robinson e Martin Kobler a promover o diálogo no seio de todos os congoleses para ajudar a resolver os problemas do país.
A VOA apurou no entanto que o gabinete de Robinson não considera que a resolução lhe confere o dever de supervisionar as consultas da RDC. Mas a missão de manutenção da paz sugere que Kobler deve estar envolvido.
O governo deve ainda definir que tipo de papel Klober e Robinson deve ter no processo. François Nzikuye é deputado da coligação no poder em Kinshasa.
O deputado congolês diz que as consultas são concernentes a problemas internos, e não haverá necessidade de mediador internacional, podendo ser diferente se estivesse em agenda um acordo de partilha de poder.
Mas as figuras da oposição que assinaram a declaração disseram que a vitória do presidente Kabila nas eleições de 2011 foi amplamente rejeitada e alertam contra tentativas de revisão constitucional durante essas consultas e que iriam permitir a Kabila um terceiro mandato.
Não existe ainda certezas sobre quantos membros da oposição irão tomar parte nessas consultas. Um grupo de cerca de 30 deles, dos que assinaram a declaração disse que não vão participar a menos que sejam reconhecidas as condições impostas. Outros que não assinaram a petição, também já declararam que irão boicotar as reuniões.
O grupo também alertou para o facto de como essas consultas foram preparadas, elas não devem ser usadas para reformar a constituição.
Os planos para consultas nacionais no Congo Democrático foram anunciados há uma semana pelo presidente Joseph Kabila. Nenhuma data foi avançada, mas o presidente disse que esse diálogo decorrer durante 20 dias.
Uma declaração assinada por 63 políticos da oposição e apoiantes deram conta de sua objecções a forma como estas consultas estão a ser organizadas. No topo da lista de críticas está o facto de o plano não referir ao papel de representantes estrangeiros.
Um dos subescritores dessa contestação política está o líder do partido GPLS, José Makila, e diz que o seu partido insiste que deve haver mediação ou supervisão das consultas pela comunidade internacional, e defende que esta exigência é o espírito de um acordo de paz assinado pelo presidente Kabila e outros Chefes de Estados na cimeira de União Africana em Fevereiro, e em linha com a última resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o Congo, de Março passado.
José Makila aponta para o efeito a enviada especial do Secretário-geral das Nações Unidas para a Região dos Grandes Lagos, Mary Robinson, representante especial do secretário-geral da ONU para a República Democrática do Congo, Martin Kobler que é igualmente o chefe da missão de capacetes-azuis MONUSCO.
Malika adianta que a resolução do Conselho de Segurança adoptada em Março instrui Mary Robinson e Martin Kobler a promover o diálogo no seio de todos os congoleses para ajudar a resolver os problemas do país.
A VOA apurou no entanto que o gabinete de Robinson não considera que a resolução lhe confere o dever de supervisionar as consultas da RDC. Mas a missão de manutenção da paz sugere que Kobler deve estar envolvido.
O governo deve ainda definir que tipo de papel Klober e Robinson deve ter no processo. François Nzikuye é deputado da coligação no poder em Kinshasa.
O deputado congolês diz que as consultas são concernentes a problemas internos, e não haverá necessidade de mediador internacional, podendo ser diferente se estivesse em agenda um acordo de partilha de poder.
Mas as figuras da oposição que assinaram a declaração disseram que a vitória do presidente Kabila nas eleições de 2011 foi amplamente rejeitada e alertam contra tentativas de revisão constitucional durante essas consultas e que iriam permitir a Kabila um terceiro mandato.
Não existe ainda certezas sobre quantos membros da oposição irão tomar parte nessas consultas. Um grupo de cerca de 30 deles, dos que assinaram a declaração disse que não vão participar a menos que sejam reconhecidas as condições impostas. Outros que não assinaram a petição, também já declararam que irão boicotar as reuniões.