Quelimane: Ausências não impedem Renamo de apostar em Manuel de Araújo

Manuel de Araújo

A Renamo voltou a apostar no Manuel de Araújo como seu cabeça de lista para a autarquia de Quelimane, Zambézia, apesar das críticas que lhe têm sido feitas de que ele está sempre a viajar e não vive os problemas da cidade, o que é visto como um esforço que o partido está a fazer para não perder aquela autarquia para a Frelimo ou MDM.

Na defensiva, Manuel de Araújo diz que, com o apoio de parceiros, sobretudo internacionais, “Quelimane é hoje umas das cidades mais limpas do país.’’

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Quelimane: Ausências não impedem Renamo de apostar em Manuel de Araújo

Ao abrigo da actual lei eleitoral, os candidatos a presidentes de conselhos municipais são indicados através de uma lista de partidos políticos e não por via de indicação directa, e a Renamo, em certo momento, manifestou-se agastada com as ausências de Manuel de Araújo, suscitando dúvidas se ele seria ou não o candidato da perdiz às municipais de 11 de Outubro.

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O analista político Paulino Cossa, disse que decorrente dos últimos desenvolvimentos daquilo que Manuel de Araújo terá sido para a própria Renamo até podia ter sido afastado, mas por causa da popularidade que ele tem em Quelimane, manteve-o para que o partido não perca a autarquia.

‘’Foi uma escolha acertada, porque se a Renamo tivesse afastado Manuel de Araújo podia ter acontecido aquilo que ocorreu na cidade da Beira, em que o partido perdeu a autarquia para o MDM’’, afirmou aquele analista.

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Ausências

Entretanto, o pesquisador do CIP, Ivan Mausse, diz que as ausências de Manuel de Araújo até seriam importantes se fosse para atrair investimentos para a autarquia de Quelimane, “mas ao longo destes anos todos, e já está quase no fim do mandato, nós não vimos qualquer investimento que se repercutisse na vida dos munícipes’’.

Mausse diz que o município de Quelimane “continua a enfrentar os mesmos problemas, nomeadamente estradas esburacadas, a questão do saneamento, recolha de lixo, entre outros, ou seja, não houve qualquer investimento de vulto que justificasse as ausências do presidente Manuel de Araújo’’.

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Mas Manuel de Araújo diz que com o apoio de parceiros, cumpriu a promessa que havia feito aos munícipes de Quelimane, de tirar a cidade do buraco em que se encontrava, sublinhando que “hoje, Quelimane deixou de ter poças de água no centro das vias de acesso’’.

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Os munícipes, afirma o edil, “deixaram de ter a obrigação de andar com carros com tração às quatro rondas dentro da cidade e transformamos Quelimane de uma das cidades mais sujas para uma das limpas de Moçambique”.

A Frelimo diz que um dos seus principais objectivos nestas eleições é recuperar as autarquias que estão a ser geridas pela oposição, mas há quem questione se tendo em conta a popularidade de Manuel de Araújo em Quelimane, conseguirá aquele partido tirá-lo daquela autarquia.

Em Quelimane, a Frelimo apostou no musico Ney Gany, que foi eleito ao nível da base, à luz das diretivas internas do partido, e o analista político Gil Anibal, considera que ‘’se ele foi vencedor ao nível da base, significa que os camaradas confiam nele para dirigir os destinos daquela autarquia’’.