Advogados da companhia Quantum Global, associada do Fundo Soberano de Angola (FDSEA) e do ex-director do órgão, José Filomeno dos Santos, acusaram o Governo angolano de inventar uma teoria de conspiração e fraude para tentar terminar o acordo que mantinha com o fundo.
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A acusação foi feita num tribunal de Londres pelos advogados que querem que a corte revogue o congelamento das contas da Quantum Global ordenado há algumas semanas.
O FDSEA foi administrado durante vários anos por José Filomeno dos Santos, filho do ex-presidente José Eduardo dos Santos que mantinha negócios com José Bastos de Morais, director da Quantum Global que administrava cerca de 3.000 milhões de dólares do fundo em troca de comissões
A pedido do Governo angolano centenas de milhões de dólares da Quantum Global e do próprio FDSEA foram congelados nas Maurícias, Inglaterra e Suíça.
O director da Quantum Global, José Bastos de Morais está proibido de deixar Angola
Em documentos submetidos ao tribunal em Londres, a Quantum Global diz que todos os fundos foram administrados correctamente e com transparência total e acusa a actual direcção do Fundo de violar as suas obrigações contratuais a longo prazo.
Os advogados da companhia argumentam que o Fundo Soberano quer abandonar os seus contratos “publicando alegações ténues de conspiração e fraude baseadas em relatos tendenciosos e altamente enganadores dos factos existentes”.
São tentativas de caracterizar as operações do fundo “como uma espécie de fraude preparada pelos dois acusados são altamente implausíveis”, disseram os advogados para quem o argumento de possível fraude “é um instrumento para se exercer pressão sobre os acusados e permitir o fim dos acordos de investimento que ainda existem”.
Os advogados argumentaram também que qualquer caso relacionado com as actividades da Quantum Global deveria ser ouvido nas Maurícias onde estão sediadas as companhias ligadas à Quantum Global que efectuaram os investimentos a favor do Fundo Soberano.
As audiências deverão continuar até ao fim de semana e uma decisão seráanunciada mais tarde
Entretanto, nas Maurícias um juiz adiou o anúncio da sua decisão sobre um pedido das companhias de Bastos de Morais para revogar uma ordem da Comissão de Serviços Financeiros suspendendo as licenças das suas actividades.