“Vamos parar com as destruições, vamos precisar e vamos ter peso na consciência por aquilo que devíamos ter deixado evoluir e não evoluiu, porque há países que já não sabem e não têm beco por onde sair porque mergulharam numa confusão e são só mortes, destruições e pilhagens”. Palavras do Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, que pediu o fim da destruição de infraestruturas, da morte de civis e polícias.
Durante a inauguração de uma infraestrutura na província de Gaza, sexta-feira, 29, Nyusi afirmou ainda que os cidadãos necessitam de “cabeça fria” para resolver a tensão pós-eleitoral instalada, apelando aos jovens para se focarem no desenvolvimento do país. O Presidente da República apontou Gaza como um exemplo desse desenvolvimento.
Veja Também Moçambique carece de iniciativas para travar as manifestações“Se não fosse nada, este país ninguém se preocupava. Ninguém semeia milho na areia, ninguém. Não vai germinar. Como é uma terra fértil, vocês os jovens têm que fazer a vossa parte”, declarou.
O chefe de estado moçambicano lembrou as vítimas civis e policiais. “Não fica bem estarem a morrer pessoas porque foram violentadas pelas Forças de Defesa e Segurança ou o inverso, mas eu acredito que façam a vossa parte. Se cada um fizer um pouco só do que podemos fazer, isto vai parar!”.
Três pessoas morreram e outras 10 foram baleadas durante os dias 27 e 28, de acordo com dados da organização não-governamental moçambicana Plataforma Eleitoral Decide. A ONG aponta ainda que cinco pessoas foram detidas em resultados dos protestos contra os resultados eleitorais.
As Forças Armadas de Defesa de Moçambique assumiram terem atropelado a jovem manifestante em Maputo. As Forças alegaram que o veículo se encontrava “numa missão de protecção de objectos económicos” contra manifestantes.
Na quinta-feira, um comando da Polícia no povoado de Mangungumeta, em Inhambane, foi incendiado. O Centro de Integridade Pública dá ainda conta da vandalização da destruição das Sedes do partido Frelimo na Matola-Rio e em Mangungumete.
As manifestações continuam em Moçambique, depois de Venâncio Mondlane ter pedido à população, na passada quarta-feira, para continuar os protestos durante mais três dias. Na quinta-feira, Mondlane apelou nas redes sociais para que não fossem destruídas infraestruturas e comércio.
"Não vamos invadir lojas de ninguém. Não vamos invadir os carros de ninguém. Não vamos destruir bens de privados nem bens públicos.", disse o candidato apoiado pelo Podemos na rede social Facebook.