O Presidente da República Democrática do Congo (RDC) afirma que vai criar um Governo de unidade, numa altura em que a violência se espalha pelo leste do país e aumenta a pressão sobre a forma como tem gerido a crise.
No sábado, 22, numa das suas primeiras declarações desde que os rebeldes do M23 capturaram grandes cidades no leste da RDC, o Presidente Félix Tshisekedi disse numa reunião da coligação governamental da União Sagrada da Nação que não se deixassem distrair por disputas internas.
“Perdi a batalha e não a guerra. Preciso entrar em contacto com todos, inclusive com a oposição. Haverá um governo de unidade nacional", afirmou Tshisekedi sem dar detalhes sobre o que isso implicaria ou quando aconteceria.
Os rebeldes do M23 — os mais proeminentes dos mais de 100 grupos armados que disputam o controlo e a influência no leste da RDC— invadiram a região, tomando cidades importantes e mataram cerca de 3.000 pessoas.
Os rebeldes são apoiados por cerca de 4.000 soldados do vizinho Ruanda, segundo especialistas da ONU, e por vezes prometeram marchar até à capital ds RDC, Kinshasa, a mais de 1.600 quilómetros de distância.
O Governo da RDC acusou repetidamente o Ruanda de apoiar o grupo rebelde M23, uma alegação que o Ruanda nega.
Kigali acusa a RDC de alistar combatentes étnicos hutus responsáveis pelo genocídio de 1994 da minoria tutsi e hutus moderados no Ruanda.
No sábado, Tshisekedi prestou homenagem aos soldados que foram mortos e prometeu apoiar o exército.
O Governo da RDC designou oficialmente o grupo rebelde M23 como uma organização terrorista, enquanto as Nações Unidas e os Estados Unidos o classificam como um grupo rebelde armado.