Entre os cinco cardeais brasileiros que votam no processo de escolha do Papa dois estariam entre os favoritos.
Dois brasileiros têm aparecido na lista dos possíveis sucessores do Papa Bento XVI. Analistas destacam, no entanto, que apesar das especulações, o resultado de um conclave papal é sempre imprevisível.
Entre os cinco cardeais brasileiros que votam no processo de escolha do Papa e que, teoricamente, poderiam ser um dos escolhidos, dois estariam entre os favoritos. Um deles é Odilo Pedro Scehrer, de 63 anos. O cardeal brasileiro mais novo é o atual arcebispo de São Paulo, comandante da maior arquidiocese do mundo.
Outro brasileiro que estaria na disputa com chances reais de ser escolhido é o cardeal João Braz de Aviz, de 66 anos, prefeito das congregações dos religiosos em Roma.
A idade, apontada como um dos fatores da renúncia do atual Sumo Pontífice, excluiria os outros três cardeais brasileiros da disputa, Dom Cláudio Hummes, 78 anos, Dom Geraldo Majella Agnelo, 79 anos, além de Dom Raymundo Damasceno, Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com 76 anos.
No universo das especulações, os dois brasileiros estriam disputando, como representante dos latinos, o posto de Bento XVI com cardeais de Milão, do Canadá, da Ásia, da África.
A explicação, no caso de um possível favoritismo brasileiro, estaria relacionada com o fato de que a escolha de um papa latino representaria a região que concentra 43% dos católicos do planeta. E nesse caso, sendo um brasileiro, seria a opção que envolveria a imensa população católica do país, 133 milhões de fiéis. Além disso, um papa brasileiro poderia ajudar a frear o avanço dos evangélicos no Brasil e região.
Frei Evaldo Xavier Gomes, especialista em Direito Canónico, fala da esperança da eleição de um brasileiro como chefe dos católicos no mundo.
’’Temos diversos ‘papáveis’ no próximo conclave, membros, brasileiros também, com grandes possibilidades de serem eleitos. Fala-se muito em um latino. A expectativa nossa é que seja um brasileiro. Seria uma grande honra, uma glória para o nosso país. Nós temos cardeais com grande capacidade, que poderiam fazer muito pela Igreja, pelo povo de Deus e pela sua missão.’’
Apesar de destacar a importância que a escolha teria para o Brasil, o especialista lembra que esse conclave é impossível de ser previsto.
‘‘Eu vejo na imprensa uma série de nomes, mas é muito difícil agora dizer que terá uma procedência geográfica. Alguns dizem vai ser um latino-americano ou um africano. Mas, na verdade, não se sabe, ’’ explica.
‘‘Esse conclave vai ser uma espécie de ‘caixa de surpresa’. Ninguém pensava que um papa eslavo, como João Paulo II, pudesse ser eleito, ainda mais um polonês. O nome dele era um dos últimos da lista, ’’ lembra Gomes.
O estudioso comenta, ainda, que a escolha do Papa João Paulo II confirmou o quanto é impossível prever o resultado de um conclave.
‘‘Até a eleição de João Paulo II existia uma questão de regionalidade, ser italiano. Em 500 anos todos os papas foram de origem italiana. Mas, João Paulo Segundo era um papa de origem eslava. Não era latino. Vinha da Europa Oriental, da Polónia que, naquele tempo, fazia parte da Cortina de Ferro, sob domínio comunista, um regime até hostil a Igreja. ’’
O frei lembra que a imprevisibilidade desse conclave também tem relação com a espécie de revolução que tem atingido o papado. ‘‘A primeira revolução do papado foi a eleição de um Papa não italiano depois de 500 anos. Essa surpresa se confirmou depois com a eleição do Papa Bento XVI, que não é italiano também. Continuando ainda esse processo de adaptação á modernidade, as exigências dos nossos tempos, o Papa inova também o papado apresentando a renúncia,’’ conclui.
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Entre os cinco cardeais brasileiros que votam no processo de escolha do Papa e que, teoricamente, poderiam ser um dos escolhidos, dois estariam entre os favoritos. Um deles é Odilo Pedro Scehrer, de 63 anos. O cardeal brasileiro mais novo é o atual arcebispo de São Paulo, comandante da maior arquidiocese do mundo.
Outro brasileiro que estaria na disputa com chances reais de ser escolhido é o cardeal João Braz de Aviz, de 66 anos, prefeito das congregações dos religiosos em Roma.
A idade, apontada como um dos fatores da renúncia do atual Sumo Pontífice, excluiria os outros três cardeais brasileiros da disputa, Dom Cláudio Hummes, 78 anos, Dom Geraldo Majella Agnelo, 79 anos, além de Dom Raymundo Damasceno, Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com 76 anos.
No universo das especulações, os dois brasileiros estriam disputando, como representante dos latinos, o posto de Bento XVI com cardeais de Milão, do Canadá, da Ásia, da África.
A explicação, no caso de um possível favoritismo brasileiro, estaria relacionada com o fato de que a escolha de um papa latino representaria a região que concentra 43% dos católicos do planeta. E nesse caso, sendo um brasileiro, seria a opção que envolveria a imensa população católica do país, 133 milhões de fiéis. Além disso, um papa brasileiro poderia ajudar a frear o avanço dos evangélicos no Brasil e região.
Frei Evaldo Xavier Gomes, especialista em Direito Canónico, fala da esperança da eleição de um brasileiro como chefe dos católicos no mundo.
’’Temos diversos ‘papáveis’ no próximo conclave, membros, brasileiros também, com grandes possibilidades de serem eleitos. Fala-se muito em um latino. A expectativa nossa é que seja um brasileiro. Seria uma grande honra, uma glória para o nosso país. Nós temos cardeais com grande capacidade, que poderiam fazer muito pela Igreja, pelo povo de Deus e pela sua missão.’’
Apesar de destacar a importância que a escolha teria para o Brasil, o especialista lembra que esse conclave é impossível de ser previsto.
‘‘Eu vejo na imprensa uma série de nomes, mas é muito difícil agora dizer que terá uma procedência geográfica. Alguns dizem vai ser um latino-americano ou um africano. Mas, na verdade, não se sabe, ’’ explica.
‘‘Esse conclave vai ser uma espécie de ‘caixa de surpresa’. Ninguém pensava que um papa eslavo, como João Paulo II, pudesse ser eleito, ainda mais um polonês. O nome dele era um dos últimos da lista, ’’ lembra Gomes.
O estudioso comenta, ainda, que a escolha do Papa João Paulo II confirmou o quanto é impossível prever o resultado de um conclave.
‘‘Até a eleição de João Paulo II existia uma questão de regionalidade, ser italiano. Em 500 anos todos os papas foram de origem italiana. Mas, João Paulo Segundo era um papa de origem eslava. Não era latino. Vinha da Europa Oriental, da Polónia que, naquele tempo, fazia parte da Cortina de Ferro, sob domínio comunista, um regime até hostil a Igreja. ’’
O frei lembra que a imprevisibilidade desse conclave também tem relação com a espécie de revolução que tem atingido o papado. ‘‘A primeira revolução do papado foi a eleição de um Papa não italiano depois de 500 anos. Essa surpresa se confirmou depois com a eleição do Papa Bento XVI, que não é italiano também. Continuando ainda esse processo de adaptação á modernidade, as exigências dos nossos tempos, o Papa inova também o papado apresentando a renúncia,’’ conclui.