Políticos e activistas africanos condenam a decisão do presidente Donald Trump de retirar os Estados Unidos do acordo climático de Paris, particularmente porque a medida terá impacto sobre os mais desfavorecidos.
“Os Estados Unidos abdicam da sua liderança numa questão de grande importância global”, escreveu no Twitter o presidente do Gana, John Dramani Mahama.
"Sacrificar o interesse global para favorecer uma limitada a limitada base política doméstica corrói a liderança dos EUA do mundo," acrescentou Mahama.
A retirada dos Estados Unidos do acordo climático está em linha com as promessas eleitorais de Trump, e tem o apoio de um grupo de republicanos e forte oposição dos democratas.
Entre outros argumentos, Trump disse que o acordo não trazia benefícios para os Estados Unidos, e manifestou a disponibilidade de renegociar um que seja favorável aos interesses americanos.
A possibilidade de renegociação do acordo foi de imediato rejeitada por três grandes potencias mundiais, nomeadamente Alemanha, França e Itália.
Issac Kalua, funcionário do governo queniano e responsável por uma instituição de gestão de água, disse que agora “as pessoas irão começar a olhar para a China como aliado na mitigação dos efeitos” das mudanças climáticas.
Kalua, que é igualmente fundador da organização ambiental Green Africa, recordou que os Estados Unidos são o segundo maior poluidor mundial (15%) a seguir a China (25%).
Ao anunciar a retirada, Trump deu uma indicação clara de que os Estados Unidos deixariam de imediato de contribuir para o Fundo Verde das Nações Unidas.
O chefe de políticas no escritório sul africano do Fundo Mundial para a Natureza, Saliem Fakir, lamenta o facto e adverte que terá implicações na mitigação do efeito das mudanças climáticas.
“O Fundo Verde é importante para apoiar as actividades de adaptação às mudanças climáticas em África e sem essa mitigação a pobreza vai aumentar”, disse Fakir.