Pelo menos 110 pessoas perderam a vida nos protestos em Moçambique desde 21 de Outubro, data de início das manifestações contra os resultados eleitorais que despoletaram em todo o país, até ao dia 9 de Dezembro.
De acordo com a organização não governamental Plataforma Eleitoral Decide, durante esse período 329 pessoas foram baleadas e mais de 3.500 foram detidas.
Só entre os dias 4 e 9 deste mês, 34 cidadãos morreram, 89 foram baleadas e quase 150 foram presas. A maioria das mortes foi registada nos distritos de Nampula e Gaza, sendo que a maior parte dos baleamentos ocorrem em Nampula e Cabo Delgado.
Veja Também Ativista moçambicano Wilker Dias diz ter sido alvo de tentativa de envenamentoA última fase de contestação reivindicada pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane decorre até 11 de dezembro, tendo-se iniciado no passado dia 4.
É expectável que os protestos continuem apesar da aproximação das datas festivas. Mondlane afirmou nas redes sociais que não esperava que os manifestantes se tornassem apáticos durante a época festiva. “Desta vez, não vamos ter Natal, porque o povo vai estar na rua”, insistiu Mondlane na passada semana.
O Conselho Constitucional deverá confirmar os resultados pelo menos duas semanas antes da tomada de posse, em janeiro, de Daniel Chapo, 47 anos, candidato da Frelimo à sucessão do Presidente cessante, Filipe Nyusi.