“O Canto dos Escravos” é o novo livro da escritora moçambicana Paulina Chiziane, no qual fala do percurso dos escravos no seu país e no continente.
A afamada escritora diz que escreveu o livro como forma de alertar os moçambicanos para conservarem a liberdade, aunião e a solidariedade, evitar o que aconteceu no período de escravidão.
"Eu venho do sofrimento, venho da escravatura. Se estou aqui com alguma liberdade é porque alguém me deu. Agora, porquê eu tenho que deixar esta liberdade fugir?" , interroga a escritora.
Chiziane explica que a obra é também uma reflexão sobre o estágio actual que o país atravessa, convidando a todos a uma análise sobre a liberdade dos moçambicanos.
"Este momento é crítico, não interessa a raça ou o partido político que a pessoa tenha;desperta e luta por esta liberdade que foge. Falam-nós da dívida externa, como é que ela veio eu não sei…”, diz.
Este posicionamento é subscrito pelo filósofo Dionísio Bahule, que sugere uma reflexão para não se perder a identidade moçambicana.
"Quem somos nós? Conheça-te a ti mesmo, e este livro é também este convite, de volta a casa para questionarmos continuamente sobre a nossa circunstância, sobre a tomada de consciência, sobre a revisitação dos modelos", comenta Dionísio Baule.
Com 122 páginas, divididas em sete capítulos, " O Canto de Escravos" de Paulina Chiziane pretende ser uma celebração da existência do negro, da dor, da alegria e da esperança, de modo a transformá-lo num diálogo entre o passado, o presente e o futuro.