O Presidente da Guiné-Bissau começou a ouvir nesta sexta-feira, 13, os partidos políticos representados no Parlamento com vista à constituição de um novo Governo, o quarto desde Agosto de 2015 quando ele demitiu o primeiro executivo do PAIGC.
Entretanto, horas depois da exoneração do Executivo, o Procurador-Geral da República enviou uma nota ao Serviço de Segurança do Estado a solicitar "os bons ofícios" daquele órgão para impedir a saída do território nacional de nove membros do Governo demitido ontem, 12, pelo Presidente da República, José Mário Vaz.
A lista é encabeçada pelo primeiro-ministro Carlos Correia e dela constam Adiato Djaló Mandinga, Luis Manuel Cabral, Malal Sani, João Bernardo Vieira, Geraldo Martins, João Aníbal Pereira, Ildefonso Barros e Luís Aníbel Pereira, todos membros do Executivo cessante.
Na nota, António Sedja Man justifica a sua decisão "por se prender sobre elas um inquérito judicial em que foram constituídos suspeitos".
O presidente do PAIGC considera que esta decisão “configura uma situação de não reconhecimento da continuidade do Estado porque um Governo demitido é um Governo que se mantém em funções até a nomeação de um novo Governo”.
Para Domingos Simões Pereira, esta situação tende a minar os esforços de entendimento que se queira para a busca de solução à crise política porque, reforça, parece ser “mais uma manobra de ameaça de intimidade completamente despropositada e que não vai ao encontro daquela tentativa de criar um espaço de entendimento que se procura no país”.
Entretanto, chamado, mais uma vez, pelo Presidente da República para formar um terceiro Governo em nove meses, o Bureau Político do PAIGC reúne-se ainda hoje antes de responder ao Presidente da República.