A família de Inocêncio Alberto de Matos, mais conhecido por Beto, morto na sequência de agressões durante as manifestações da quarta-feira, 11, em Luanda, Angola, não tem dúvidas de ele foi assassinado pela polícia.
Em entrevista à VOA, o pai, Alfredo Miguel Matos, antigo combatente das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), braço armado do MPLA na luta pela independência, diz que o filho não foi morto a tiros, mas sim pela tortura da Polícia Nacional (PN) e exige justiça.
Veja Também Polícia angolana refuta acusações de assassinato de manifestante em Luanda“Pelo que vimos, ele foi assassinado pela polícia, o meu filho não foi baleado, mas vê-se que foi torturado pela polícia”, afirma o pai do jovem de 26 anos de idade, estudante do 3° ano de Ciências da Computação, na Universidade Agostinho Neto.
O pai, que se encontra no desemprego, realça que a manifestação não é um crime e por isso não vê razões para o assassinato do filho.
“A manifestação é um direito adquirido e por isso não vejo qualquer motivo para que o meu filho fosse assassinado dessa forma”, sublinha Alfredo Miguel Matos, acrescentando que a família já pediu a autópsia para saber as razões da morte de Inocêncio Alberto de Matos.
A família promete formalizar queixa-crime contra as autoridades policiais e prevê realizar o funeral na próxima segunda-feira, 16.
Matos, de 50 anos de idade, diz não ter meios para pagar a urna e o funeral.
“Estamos desprovidos de meios, ainda não se viu a caixa e só agora é que mandamos uma equipa à morgue” conclui.
Decorrem varias campanhas a favor do malogrado e várias vigílias estão marcadas em Luanda em homenagem a Inocêncio Alberto de Matos.
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