Organização humanitária francesa condena morte de seu colaborador em ataque em Moçambique

Edifício do Governo distrital de Muidumbe, Cabo Delgado, Moçambique. Abril 2020

A organização Solidarités International disse que o membro viajava de Pemba para Palma para integrar as atividades de distribuição daquela organização humanitária

A organização não governamental humanitária, Solidarités International (Doar), que actua na ajuda humanitária na província moçambicana de Cabo Delgado, condenou nesta terça, 22, a morte de um colaborador em ataque a uma viatura no domingo, 20, no distrito de Muidumbe.

Ao confirmar o incidente, a organização com sede em Paris avança que a viatura em que seguia o colega, que fazia uma viagem privada de Pemba para Palma, foi alvejada numa emboscada por um grupo rebelde na zona de Xitaxi, no distrito de Muidumbe.

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“O assassinato de nosso colega e dos civis que viajavam com ele nos choca e nos repele”, disse Kevin Goldberg, diretor-geral da organização citado num comunicado divulgado em Paris.

“Em Moçambique ou em qualquer outro lugar, a população civil nunca deve ser alvo. Nossos primeiros pensamentos estão com as vítimas e suas famílias, entes queridos e todos os nossos colegas, afetados pela perda repentina de um de nossos membros”, acrescentou Kevin Goldberg.

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O ataque

Ainda segundo a organização, o membro viajava de Pemba para Palma para integrar as actividades de distribuição daquela organização humanitária.

Várias fontes locais disseram à VOA que a viatura foi emboscada poucos quilómetros de uma posição das Forças de Defesa e Segurança (FDS) em Xitaxi, tendo duas pessoas morrido e outras três tidas como desaparecidas.

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Um dos passageiros era membro da Polícia da República de Moçambique (PRM), supostamente chefe das operações do Comando Distrital de Mocímboa da Praia, que não se sabe se está entre as mortes ou desaparecidos.

“Desde domingo não circulava no troço entre Macomia-Awasse por conta desse ataque”, disse um morador de Macomia, vincando que várias viaturas que faziam aquele troço tiveram de pernoitar na aldeia.

A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Pemba, não respondeu ainda ao contacto da VOA.