Duas correntes de opinião existem, uns defendem que o Presidente da República não deve se imiscuir nos assuntos da justiça; outros pensam que o chefe de Estado angolano pode, e deve, sim mandar soltar os jovens detidos que já recorreram a greve de fome, uma prática que já aconteceu em Angola em 1980, quando sete jovens foram presos também acusados de atentarem contra o Estado e na altura, lembra o advogado Luís do Nascimento, José Eduardo dos Santos havia ordenado a soltura dos sete jovens.
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Segundo Luís do Nascimento no ano de 1980, tempo do partido único, sete jovens presos igualmente por delito de opinião, depois de 28 dias de greve de fome, conseguiram que o actual Presidente da República os perdoasse.
"Em 1980 um grupo de sete jovens que tinham sido detidos, lutaram pela sua libertação utilizando a greve de fome, um acto que foi histórico porque era a primeira república, regime de partido único, os jovens depois de 28 dias de greve de fome conseguiram ser transferidos para o hospital militar, com garantia de saírem do hospital para casa, eram também jovens acusados de delitos de opinião, muitos estão aí em vida".
"O Presidente tomou a medida de os libertar porque os jovens grevistas tinham colocado a questão ao ministro do Interior de então, Rodrigues Kito, que no princípio dizia que não podia fazer nada mas depois pela intransigência dos jovens presos foi pedir ordens superiores ao Presidente da República e conseguiu a autorização".
"Devem tirar ilação sobretudo sua excelência o Presidente da República e tomar a atitude que naquela altura tomou que foi libertar os sete jovens", defendeu Nascimento.
Nesta altura Luaty Beirão e companheiros já não se encontram em greve de fome e aguardam presos, pelo julgamento que começa a 16 do mês que vem.