O Orçamento Geral do Estado para 2015 revisto por causa da baixa do preço do petróleo continua a dividir o partido maioritário e a oposição em Angola.
O documento é baseado no preço do barril do petróleo a 40 dólares, o que faz reduzir o peso do petróleo nas receitas fiscais de 70 por cento para 36,5 por cento. O orçamento revisto prevê cortes em diversos sectores.
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“A emenda é pior do que o soneto”, disse o líder da bancada parlamentar da Unita, Raúl Danda, para quem se deveria reduzir “nas festas e comemorações, onde se gasta mais dinheiro do que na formação de quadros, reduzir nas despesas como maratonas e na distribuição de dinheiros em vésperas de eleições, reduzir nos milhões de dólares movimentados pela corrupção que graça e desgraça o país".
Por seu lado, o economista e deputado da Unita Fernando Heitor descreveu o orçamento revisto como sendo um documento “sem sanidade financeira nem racionalidade económica”.
Heitor disse que a crise acompanhada de “roubos e corrupção….. provoca um desespero ao titular do poder executivo que se aproveita da crise do petróleo, para lançar um SOS em busca de uma onda de solidariedade à sua volta”.
“Ele estava sozinho a tentar tapar os buracos”, acrescentado que “ele não consegue porque ele é que tem o dinheiro todo", diz Heitor.
A Casa-CE, que não participou na plenária por estarem em jornadas parlamentares, disse anteriormente à Voz da América que ainda não é este o orçamento que satisfaça todos os angolanos.
O deputado Manuel Fernandes afirma que o partido no poder perdeu o norte.
"É um exercício de faz de conta porque a crise veio só a destapar aquilo que é a gestão despesista do MPLA, hoje há esta trapalhada toda e não se consegue dar solução ao quadro actual que vivemos", concluiu Fernandes.
O partido no poder, o MPL,A disse contudo que a aplicação do novo orçamento será feita com idoneidade.
Numa mensagem, o Presidente José Eduardo dos Santos disse que o orçamento revisto de 2015 “vai garantir e impulsionar as acções previstas nos programas de combate à fome e pobreza e desenvolvimento rural”.
“O OGE revisto terá uma execução cautelosa que acompanha a evolução das receitas fiscais em particular as não petrolíferas", acrescentou o Presidente na sua mensagem que foi lida ao parlamento pelo chefe da Casa Civil da Presidência Edeltrudes Costa