Obama despede-se dos americanos onde começou na política

Conselheira afirma que o Presidente vai motivar as pessoas a envolverem-se na política e a lutarem pela democracia.

Dez dias antes de deixar a Casa Branca, o Presidente americano apresenta o seu discurso de despedida na noite desta terça-feira, 10, em Chicago, a cidade onde nasceu para a política.

Observadores dizem que Barack Obama poderá passar em revista os seus oito anos na Casa Branca, mas a conselheira dele Valerie Jarret afirmou que a sua intervenção não será um discurso de vitórias.

Em conversa com jornalistas, Jarret disse que o Presidente quer “motivar as pessoas a envolverem-se na política e a lutarem pela democracia”.

A conselheira presidencial adiantou que o aspecto principal do discurso será o de “olhar em frente e como assegurar que os sucessos alcançados através do trabalho árduo do povo americano possam ser fortalecidos”.

Valeria Jarret afirmou ainda a jornalistas que o Presidente quer encorajar jovens a concorrem a lugares públicos, a voluntariarem-se para a administração de escolas ou a darem lições a estudantes depois das aulas.

Será um discurso “sério e não um comício”, alertou a conselheira de Obama que, contudo, indicou que ele irá abordar alguns dos seus sucessos.

Jarret lembrou aos jornalistas que Obama herdou uma das piores crises económicas de sempre e que o líder da Al Qaida, Osama bin Laden, foi morto durante a presidência do democrata.

“Qualquer que seja a medida que se use para avaliar os últimos oito anos, o Presidente efectuou progressos”, sublinhou.

A Casa Branca, por seu turno, forneceu aos jornalistas 11 dados estatísticos que comparam a situação encontrada por Obama e a que ele vai deixar.

Entre outros dados, o desemprego caiu de 7,8 por cento para 4,6 por cento, a percentagem de pessoas sem seguro de saúde caiu de 10 por cento para 8,9 por cento, o número de tropas americanas no Iraque e Afeganistão desceu de 176.800 para 14.400.

Corrida a bilhetes e mercado paralelo

O vice-presidente Joe Biden e outros membros destacados membros do Governo e da Casa Branca deverão estar presentes no acto.

Inicialmente, a Casa Branca disse que eram esperadas cerca de 14 mil pessoas no local, mas o número certo é desconhecido.

A entrada é livre e, desde o primeiro momento, formaram-se longas filas de pessoas à procura dos bilhetes.

Muitos deles foram depois vendidos no mercado paralelo a preços que ascenderam a cinco mil dólares.

As autoridades avisaram também para a existência de bilhetes falsos a serem vendidos.