Nyusi pede que assassinato de apoiantes de Mondlane não se transforme em "tragédia"

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Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique

Presidente moçambicano não quer que o assassinato seja um "rastilho para “infligir” mais sofrimento ao povo

O Presidente moçambicano pediu que o assassinato de dois apoiantes do candidato presidencial Venâncio Mondlane não seja transformado num rastilho para “infligir” mais sofrimento, sem indicar a que tipo de sofrimento se referia.

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"Não façamos de uma tragédia, que foi o assassinato bárbaro de dois compatriotas, repudiado por todos os moçambicanos, por todo o mundo, pelo Governo, não façamos isso um rastilho para infligir mais sofrimento a outros nossos compatriotas, que poderão ver limitada a sua busca diária e incessante do seu sustento", disse nesta quarta-feira, 23, num discurso na Presidência em Maputo.

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O Chefe do Estado perguntou “por que é que não esperam?”, em relação aos resultados da investigação à morte, no sábado, 19, de Elvino Dias e Paulo Guambe, e sublinhou que “não há que apressar isso para poder forçar algumas conclusões”.

"Não sabemos até agora qual a motivação e de quem é a responsabilidade”, continuou Nyusi, que apelou a que "aguardemos os esclarecimentos sobre cada uma das mortes e a sua responsabilização".

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O Presidente lembrou que “democracia não é desobediência", sem se referir aos protestos nem à repressão policial e pediu que “continuemos todos unidos pela nossa pátria, pois o Estado de direito sabe o que significa também o respeito pelas leis”.

As declarações de Nyusi foram feitas no dia em que o advogado de Mondlane, Emvino Dias, foi a enterrar em Maputo.

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O assassinato de Dias e do mandatário do Podemos esteve na origem de protestos marcados para a segunda-feira, 21, que foram reprimidos pela polícia em Maputo e noutras cidades, como Beira e Tete, onde várias pessoas foram presas.

Na capital, Venâncio Mondlane e jornalistas foram também alvo de gás lacrimogéneo da polícia, mas o Governo negou que a polícia tenha pretendido disparar contra jornalistas.

“Não posso confirmar que tenha havido qualquer intenção objetiva de atingir qualquer jornalista com este objeto”, disse o porta-voz do Governo, Filimao Suaze, numa conferência de imprensa em Maputo, na terça-feira.