Nuno Álvaro Dala completa seis dias em greve de fome e garante que não a suspende

Nuno Álvaro Dala, activista angolano

Activista exige que lhe sejam devolvidos seus bens.

Nuno Álvaro Dala, um dos 17 activistas em julgamento sob a acusação de preparar uma rebelião e golpe de Estado, cumpre nesta quarta-feira, 16, o sexto dia de greve de fome para exigir a entrega dos seus pertences retidos aquando da sua detenção e a entrega dos resultados clínicos.

A irmã teme pelo seu futuro.

Dala, de 32 anos de idade, e pai de uma filha, também exige que o autorizem a levantar o seu salário num banco pelo facto da família depender dele.

O dinheiro está retido desde 20 de Junho de 2015 e, “continuam abusivamente em poder do Serviço de Investigação Criminal (SIC)”, lê-se no documento em que anunciou a greve de fome.

Entre outros bens, havia dinheiro, carteira com bilhete de identidade, cartões de crédito e os seus códigos de acesso.

O activista diz na nota que a greve de fome apenas será suspensa quando as suas exigências forem satisfeitas, incluindo a devolução dos valores eventualmente saqueados das suas contas por agentes do SIC, pois os códigos das contas estão em poder do SIC.

Geltrudez Piedade Raul Dala, irmã do activista, afirma que o estado de saúde de Nuno Álvaro Dala é crítico e já teve uma recaída.

“Ele disse que enquanto não resolver o problema não vai comer”, assegurou a irmã.

Geltrudez Dala diz não ter apoio dos seus familiares porque, segundo diz, “o problema é com o Presidente da República”.

A irmã do activista diz ainda temer pelo que pode vir a acontecer caso Nuno Dala não suspenda a greve de fome, porque “saco vazio não fica de pé e se não comer pode acontecer algo de greve”.

O activista tem à sua tutela a esposa, uma filha de 9 meses e a sua irmã mais nova.

Nuno Álvaro Dala foi enviado à prisão depois de não ter comparecido ao julgamento na segunda-feira da semana passada, facto considerado pelo juiz de desobediência ao tribunal.