Um novo derrame de petróleo ao largo do Soyo, na província angolana do Zaire, está a causar graves problemas aos pescadores da zona e a provocar acusações de falta de controlo do Governo sobre as actividades das empresas petrolíferas.
Este é o segundo derrame que acontece nos mares da vila petrolífera em pouco menos de dois meses.
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Especialistas na região entendem que os prejuízos à comunidade que vive essencialmente do mar são incalculáveis e atiram as culpas ao Executivo que, segundo eles, não possui mecanismos suficientes de controlo e fiscalização da actividades das grandes empresas de petróleo.
Alguns residente das zonas afetadas por estses derrames dizem estar a passar mal já que não têm outra forma de sustento para além da atividade no mar.
O activista cívico Isaak Suzana é uma delas e conta que os prejuízos são incalculáveis.
"Muitas pessoas que vivem da pesca têm as suas actividades suspensas e lhes foram retirados todos os seus meios de pesca e neste momento estão a passar mal para sobreviver”, afirma Suzana.
Fortunato Isaak, outro morador do Soyo, diz que esses derrames têm prejudicado muito as comunidades e que o único responsável é o Executivo que não aplica legislação existente para sancionar estas empresas.
"Temos que olhar para os vários derrames que têm ocorrido no Soyo e em bairros até agora e o que acontece?”, interroga-se.
“Isto significa que o Governo com o seu Ministério dos Petróleos é o principal responsável por estes derrames pois existem leis de protecção do ambiente que não são cumpridas, as empresas fazem e desfazem, mas o Governo não consegue fiscalizar e os prejuízos são incalculáveis", conclui Isaak.
O especialista da associação Rede Terra, Bernardo de Castro, concorda que o único responsável em primeira instância é o Executivo.
"Há um déficit grande em matéria de fiscalização para se evitar este tipo de riscos”, aponta Bernardo de Castro para quem “estas empresas que exploram combustível não têm merecido penalizações para serem disciplinadas”.
Para ele, as consequências destes derrames "são nefastos e colocam em risco a integridade física e de subsistência das pessoas destas comunidades sobretudo na cadeia alimentar".