As manchas de petróleo bruto, que foram detectadas no último fim-de-semana, ao longo das praias do Quinfuquena, município do Soyo, província do Zaire, estão agora a progredir em direção à província de Cabinda, deu a conhecer esta terça-feira, 4 de fevereiro, a administradora local, Lúcia Tomás.
Em declarações à VOA, aquela responsável disse que a origem do derrame ainda não foi determinada e que já foram colhidas amostras para que o Ministério Ambiente possa aferir a proveniência do derrame.
“Só o laboratóriodo Ministério do Ambiente deverá determinarquais as empresas trabalham com este tipo de óleo”, declarou.
O ambientalista Bernardo Castro aponta “a fraca fiscalização” à actividade de exploração de petróleo como estando na base da recorrência de derrames de óleo bruto e acusa das autoridades de direito de “verem o assunto de ânimo leve”.
“Isto tem consequências graves não só na economia da população local mas também sobretudo para a própria saude da população”, disse acrescentando que estes derrames destroem “ecosistemas marinhos e acabam por destruir a vida do mar”.
Para o ambientalistas a fiscalizaçao é muito baixa.
“As Instituições que deveriam controlar são instituições fragilizadas”,disse Castro para quem “constar isto de forma recorrente é triste”
Um anterior derrame, registado em Junho de 2019, foi atribuído à empresa Sociedade Petrolífera de Angola (Somoil) tendo sido, na ocasião, ameaçada com suspensão da licença de exploração de petróleo bruto em onshore, na região.
A Unidade de Apoio à Monitorização Industrial, Auditoria e Gestão de Derrames, do Ministério do Ambiente, tinha acusado a Somoil de “incumprimento das medidas de proteção ambiental estabelecidas”.
Mas, desta vez, a Somoil terá já negado que as características do óleo encontrado sejam semelhantes às do produto que produz nos seus campos, tanto em terra como no mar.
A administradora, Lúcia Tomás, disse que o fenómeno já está a preocupar “alguns pescadores locais”(que têm o mar como fonte de alimentação).