Antigos dirigentes políticos e analistas divergem perante as declarações do ex-presidente são-tomense, Fradique de Menezes que afirmou domingo que São Tomé e Príncipe não tem futuro.
“Não vejo futuro para São Tomé e Príncipe”, disse Fradique de Menezes reconhecendo que ele próprio contribuiu para o falhanço do país enquanto chefe de Estado durante 10 anos.
Na sequência dessas declarações, o ex- primeiro-ministro, Joaquim Rafael Brando diz que “tem outro sentimento apesar da profunda crise social e económica em que o arquipélago se encontra mergulhado”.
Your browser doesn’t support HTML5
“São Tomé e Príncipe certamente tem um futuro e esse futuro tem é que ser discutido por todos, e temos que encontrar um acordo na sociedade são-tomense sobre o que fazer”, afirma o antigo líder do MLSTP-PSD, que aponta saídas com base em ideias que perfilam no país.
“Há quem defenda uma associação com outro Estado, há quem defenda uma ancoragem com outo Estado em áreas especificas e existe aqueles que ainda acreditam que podemos utilizar os nossos recursos de uma maneira dedicada e transparente para dar uma vida digna ao nosso povo,” diz.
Entretanto, tal como Fradique de Menezes, Rafael Branco também assume parte da culpa pelo falhanço do país, nos últimos 49 anos.
Por seu lado, Arzemiro dos Prazeres, ex-presidente do parlamento e antigo dirigente do Partido da Convergência Democrática defende as palavras de Fradique de Menezes e considera que elas têm motivação na atual situação do país.
Veja Também STP: Governo promete eliminar a burocracia para atrair investimento“O país está sem rumo e a situação atual leva-nos a pensar que não há qualquer saída” defendeu Prazeres concordando também com as ideias de Fradique de Menezes sobre investimento estrangeiro, mas apela consenso alargado.
Para o analista Abílio Neto as declarações de Fradique de Menezes são bombásticas, e não concorda totalmente com o que é dito.
“Concordo com o aspeto autocrítico da declaração, mas discordo com a afirmação de que o país não tem futuro, até porque o futuro dos países depende dos seus cidadãos”, diz o analista que diz ter percebido, no entanto o alcance e o “desespero” das declarações do antigo presidente, face a crise em todos os domínios.
Veja Também STP: Novo ano letivo, velhos problemas