Governo são-tomense quer eliminar a burocracia na administração pública para atrair o investimento privado estrangeiro, mas analistas apontam as limitações do mercado e interesses político-partidários como os principais obstáculos a entrada e crescimento de investimentos no país.
Para o primeiro-ministro, Patrice Trovoada, a localização geoestratégica de São Tomé e Príncipe é a maior atração para os investidores privados estrangeiros.
“Temos algo que é diferente dos outros países que é o fato de São Tomé e Príncipe ser uma ilha no Golfo da Guiné, num continente extremamente rico e cobiçado devido os recursos”, disse.
Outra razão apontada por Trovoada é a estabilidade democrática e a paz.
Mas o economista Paulo Barros avisa que, tal como as vantagens, o país também tem um conjunto de fatores que inviabilizam a captação do investimento privado estrangeiro.
Ele aponta “a exiguidade do mercado e o seu isolamento, justiça pouco credível, insegurança do investimento em momentos de alternância política” como barreiras.
Nova cultura
Trovoada diz que governo diz que tem consciência dos constrangimentos e pretende abrir uma nova página “acabando com a burocracia e a lentidão e criando condições para o funcionamento da justiça”.
Mas o analista político, Liberato Moniz defende que é preciso criar uma nova cultura política perante a questão da atração do investimento privado começando pelos investidores nacionais.
“Quase todos empresários nacionais tendem a falir, porque não têm apoio do Estado.
O governo só apoia pontualmente aquelas empresas que têm negócios que facilitam os políticos”, diz Moniz.
Ele sublinha que dessa forma não haverá crescimento do investimento privado no país que possa contribuir para alavancar a economia e melhorar as condições de vida das populações.
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