São Tomé e Príncipe celebra hoje, 12, os seus 49 anos de independência, com a população cada vez mais desiludida face ao agravamento dos problemas económicos e sociais, e os políticos reafirmando que a conquista da liberdade foi o que de melhor aconteceu ao país.
São Tomé e Príncipe tornou-se independente de Portugal em 1975.
“Há 49 anos, o país é nosso”, destacou o Presidente de São Tomé e Príncipe, após acender a chama da Pátria, na ilha do Príncipe, por ocasião dos 49 anos da independência.
Carlos Vila Nova deixou o apelo para que a liberdade nunca seja colocada em causa, em honra a todos aqueles que lutaram pela independência do país.
Mas nas ruas do arquipélago, cidadãos, que preferem o anonimato, manifestam perda de esperança em dias melhores perante a sucessiva degradação das condições de vida nos últimos 49 anos.
"O que nós almejamos é o desenvolvimento, mas ao longo dos anos estamos a perder a esperança, porque não sentimos o bem estar e a melhoria da situação de vida para os são-tomenses", diz uma cidadã em entrevista à VOA.
Independência valeu...
A justiça e o parlamento estão entre as instituições que perderam a confiança da população.
"Ao longo desses anos assistimos na praça pública muita manipulação da justiça, que em nada tem beneficiado o país. Não haverá progresso sem a consolidação da justiça", afirma outro cidadão.
A corrupção e a preguiça também são apontadas como factores do retrocesso.
"Muita gente tem enriquecido sem trabalhar. Os são-tomenses não gostam de trabalhar", sublinha outro entrevistado.
Analistas políticos, como Danilo Salvaterra, afirmam que a independência serviu para enriquecer a classe política e os seus familiares.
"Hoje até aceito quem critica se valeu apena a independência? Para mim valeu, mas o preço que estamos a pagar pela liberdade é muito alto, porque não conseguimos visualizar um futuro melhor e tudo aponta para que o amanhã seja ainda pior que hoje", desabafa Salvaterra.
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