O historiador Moçambicano não acredita no reacender do conflito em Moçambique finda a trégua hoje anunciada pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
“Eles chamam de trégua, mas na verdade é cessação das hostilidades militares”, comenta Vaz.
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Recordando o ditado “o segredo é a alma do negócio”, Vaz diz que para se anunciar tal trégua, certamente que “existem elementos básicos ou garantias que foram alcançadas”, e entre as duas partes “deverá prevalecer a confiança.”
A trégua foi anunciada, hoje, 27, por Afonso Dhlakama, em teleconferência, em Gorongosa, deverá iniciar na quarta-feira, 28, por uma semana.
"Em todo o território moçambicano, não haverá ataques entre as forças armadas da Renamo e as Forças Armadas de Moçambique", prometeu Dhlakama.
Segundo Dhlakama, a trégua foi acordada por telefone num contacto que manteve na segunda-feira, 26, com o Presidente da República, Filipe Nyusi, "porque os moçambicanos querem passar as festas em paz".
O facto de ter sido o líder da Renamo a anunciar a trégua, diz Vaz, confere mais credibilidade ao que as partes acordaram.
“Provavelmente, dado o contexto, se o anúncio tivesse vindo do Presidente da República, seria questionável”, diz o historiador.
Questionado sobre o facto de a trégua não resultar directamente das conversações entre elementos da Renamo e do Governo, Vaz diz que “Grande parte dos bloqueios era mesmo problema da intermediação que era exacerbada”.
Na sua opinião, “os problemas mais importantes se forem abordados num contacto directo entre Dhakama e Nyusi têm maiores chances de sucesso”.
Quanto aos passos seguintes, Vaz vaticina que as partes irão se concentrar em aspectos ligados à constituição para acomodar a descentralização na governação.