Mais de mil casos de conjuntivite foram diagnosticados nos últimos três meses na província do Namibe, segundo, revelou o supervisor de Promoção e Mobilização de Saúde Pública, Luciano Ngola.
Diminuir os riscos de contágio no seio da população é um dos principais desafios do sector. Segundo Ngola,"de Janeiro a Março do ano em curso, registamos, nos centros hospitalares do Namibe, cerca de mil casos de conjuntivite. Neste momento, estamos a trabalhar no sentido de que a doença não se propague".
Aquele técnico de saúde pública manifestou a necessidade de cerrar fileiras, para que a doença não alaste a todos os bairros, causando, deste modo, avultados prejuízos em termos da economia, tendo em conta que um elevado número de trabalhadores por razões de doenças poderão ficar três ou mais dias sem trabalhar, ficando várias empresas encerradas.
Em alguns lares, a conjuntivite levou consigo o litígio às famílias. Maridos e esposas, acusam-se mutuamente em torno das suspeições da origem da doença e dos riscos de contaminação.
A Voz da América apurou que os homens têm sido os mais descriminados e violentados pelas mulheres,que lhes imputam culpas pela doença.
O supervisor de saúde pública Luciano Nicolau diz conhecer alguns destes casos, mas desvalorizou a acusação, defendendo que o mais importante é que as pessoas visadas recorram aos serviços de saúde pública para o tratamento.
"Quando não há compreensão nos lares, isto pode trazer o mau estar nas famílias. No entanto, o nosso conselho é: quando alguém, nas familias tem conjuntivite, convém ir ao centro médico mais proximo da sua residência. Ali, vaí-se definir se fica hospitalizado por cinco ou sete dias ou se recebe tratamento ambulatorio", defendeu Nicolau.
A população penal da Comarca do Namibe, na ordem de 260 reclusos, também foi assolada pelo surto de conjuntivite. Valeu a pronta intervenção dos técnicos de saúde daquela unidade prisional na prevenção e tratamento da doença.
O supervisor de saúde pública Luciano Ngola disse que muitos destes reclusos, foram parar ao Hospital Provincial, fruto desta doença, também conhecida localmente por "zap".
Na semana passada,os técnicos do sector de saúde deslocaram-se também ao campo prisional de São Nicolau, no Bentiamba, no âmbito de um projecto de educação comunitária e de prevenção contra aquela doença.
A Voz de América apurou ainda que aos infectados de conjuntivite está a ser negado o aperto de mão ou mesmo um beijo, segundo o mito local, por medo de contaminação.