Um grupo armado, supostamente ligado ao Estado Islâmico, invadiu uma posição das Forças Armadas de Moçambique e matou cinco militares, na madrugada de sexta-feira, 8, na aldeia de Nguri, em Muidumbe, província de Cabo Delgado, disseram à VOA várias fontes locais, neste sábado, 9.
Esta é a segunda posição que o grupo armado ataca, desde Agosto, quase um ano e meio depois de ter perdido as suas principais bases, incluindo Kathupa, de onde foram expulsos os considerados cérebros da insurgência, em Junho de 2022.
Uma fonte militar disse à VOA que os combates iniciaram no princípio da noite de quinta-feira e se estenderam até a madrugada de sexta-feira, quando o grupo invadiu a posição militar e retirou algum equipamento militar, incluindo armas e munições.
Veja Também Moçambique: Amnistia Internacional condena uso excessivo da força pela polícia e pede investigação
“Alguns escaparam com armas e outros sem armas, mas foi enviada logo de emergência uma equipe para socorrer os colegas”, contou a fonte militar na condição de anonimato, anotando que do incidente houve vítimas fatais e vários feridos ligeiros.
Um morador local contou à VOA que um carro militar passou com vários corpos e dezenas de militares feridos várias horas depois do ataque de sexta-feira, 8, e que a insegurança ao redor da área provocou nova fuga da população.
“Os insurgentes mataram cinco militares, mas ainda não entendemos como esses al-shaabab (nome que a população dá aos insurgentes, mas sem ligação com um grupo com o mesmo nome que actua noutras partes de África) invadiram a base dessas tropas?” indagou Badrú Ismael, um morador local, vincando que o ataque tinha provocado a insegurança em Miangalewa, outra aldeia de Muidumbe que dependia da segurança da posição de Nguri.
Um outro morador, disse que além das cinco vítimas fatais, uma outra viatura militar “chegou aqui em Muidumbe com cerca de 15 a 16 soldados sem armas”. O mesmo, citando militares, disse que insurgentes que invadiram a posição militar “eram num grupo de 40 a 50 homens”.
A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Pemba, ainda não reagiu ao novo incidente e o Ministério da Defesa de Moçambique não respondeu de imediato o nosso pedido de comentário enviado por e-mail.
Veja Também Moçambique: Questionada a capacidade de combate ao terrorismo sem intervenção estrangeira