Analistas políticos dizem que a situação militar está estabilizada na maior parte da província de Cabo Delgado, graças à intervenção de actores externos, mas não se sabe se as Forcas Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) vão conseguir manter, com a saída desses actores.
O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, na abertura, esta quarta-feira, 21, em Maputo, da reunião do Ministério da Defesa Nacional, pediu decisões sobre a capacidade de resposta das FADM em Cabo Delgado, nomeadamente com reservistas, tendo em conta a prevista retirada das tropas internacionais que combatem o terrorismo.
O investigador João Feijó diz que a experiência mostra que não tivemos a capacidade de combater o terrorismo, e foi preciso o apoio internacional para estabilizar aquela zona.
Feijó anota que hoje a situação está controlada, em grande parte graças ao apoio de actores externos, “a questão que se coloca agora é se a saída desses actores internacionais não vai despoletar novamente o conflito na região, ou seja, até que ponto o Estado moçambicano vai conseguir gerir esta situação sozinho’’.
O analista político Manuel Alves afirma que cabe às FADM avaliar o pedido do Chefe de Estado, porque com a saída dos estrangeiros a situação pode voltar a agravar-se.
‘’Agora a situação está calma, mas o inimigo, ao aperceber-se da saída das forças internacionais, pode traçar estratégias que poderão não nos deixar sossegados’’, diz Alves.
Para o jornalista Alexandre Chiúre, ‘’o país ainda não está preparado para gerir a situação em Cabo Delgado sem o apoio internacional, apesar do treinamento que as FADM têm vindo a beneficiar da União Européia e de Portugal’’.
Mas as autoridades dizem que as forças armadas moçambicanas estão a todo o momento a capacitarem-se para enfrentar com sucesso a situação em Cabo Delgado.
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