Em mais uma fase dos protestos convocados por Venâncio Mondlane, candidato presidencial apoiado pelo Podemos, vários manifestantes fizeram ecoar nos últimos dias, um som - numa mistura de panelas, apitos, buzinas e vuvuzelas - para protestar contra os resultados eleitorais e brutalidade da polícia.
Veja Também Mais de 20 mortos em três dias de protestos em MoçambiqueA repressão policial aos protestos contra a votação contestada pela oposição e organizações da sociedade civil, já custou a vida a pelo menos 30 pessoas, segundo a Human Rights Watch.
Um problema local com impacto regional
A instabilidade no país corre o risco de extravasar a sua fronteira e criar problemas aos seus vizinhos, muitos dos quais estão a lidar com os desafios internos relacionados com a migração ilegal.
A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) realiza uma cimeira de 16 a 20 de novembro em Harare para discutir a situação em Moçambique.
A África do Sul fechou o seu lado da fronteira de Lebombo, que partilha com Moçambique, na sequência dos recentes protestos. O país utiliza o porto de Maputo, em Moçambique, para algumas exportações e o encerramento fez com que os camiões que transportavam minerais para o porto ficassem retidos.
A associação sul-africana de transporte de mercadorias e caminhos-de-ferro calcula que o encerramento da fronteira custa à economia sul-africana pelo menos 10 milhões de rands (550 000 dólares) por dia.