Moçambique: Chapo e o desafio de mitigar o elevado custo de vida

Analistas políticos moçambicanos consideram que a primeira ronda de decisões do Governo do Presidente Daniel Chapo deve incluir a obrigatoriedade dos servidores públicos de terem uma atitude diferente da dos anteriores que, alegadamente, não estavam muito preocupados em trabalhar para produzir resultados para os cidadãos, mas, no imediato, dizem que o Executivo vai ter que tomar medidas para mitigar o elevado custo de vida no país.

Daniel Chapo ainda não anunciou uma decisão de vulto da sua governacao, para além da obrigatoriedade dos ministros fazerem a declaração do seu património num prazo de 45 dias e evitarem fazer viagens desnecessárias.

Moçambique: Chapo e o desafio de mitigar o elevado custo de vida

Para alguns analistas políticos é pouco.

O presidente do Conselho de Representantes do Instituto Superior Politécnico de Tete, Virgilio Ferrão, diz que há decisões que já deviam ter sido tomadas, entre as quais a mudança de atitude dos servidores públicos, para que possam trabalhar para os resultados.

Moçambique: O que pensa o povo sobre o Governo de Daniel Chapo?

"Eu esperava que, por estes dias, já houvesse uma decisão do Governo para mitigar o elevado custo de vida no país", afirma, por seu lado, o analista político Francisco Matsinhe, avançando que se isso não for feito nos próximos dias, poderemos voltar a registar novas convulsões".

O director executivo da Confederação das Associações Económicas de Moçambique Eduardo Sengo aponta o facto de o país estar num contexto de convulsões sociais, derivadas não apenas do processo eleitoral, mas também da fraca qualidade de vida e da falta de emprego para os cidadãos, e, por isso, considera que a primeira ronda das decisões do Governo deve ter em conta estes aspectos, sobretudo a redução do impacto das manifestações pós-eleitorais.

Sengo refere ser fundamental criar um quadro de esperança para a população, através de algumas ações que estão a ser desenvolvidas a nível nacional, para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

Aquele executivo avança que isto deve ser conjugado com uma mensagem clara a convidar os investidores nacionais e estrangeiros a voltarem a fazer os seus negócios em Moçambique.

Por seu turno, o analista político Gift Essinalo enaltece o facto de o Presidente Daniel Chapo obrigar os ministros a declararem o seu património, mas reconhece que isso não é suficiente, tendo em conta os elevados níveis de corrupção.

Refira-se que Chapo definiu o combate à corrupção como uma das prioridades da sua governacao, o que para Gift Essinalo é positivo "porque a corrupção é um empecilho para o funcionamento duma sociedade".

Essinalo saúda o facto de o novo Governo já ter definido o sector da saúde como prioritário, para além do levantamento que está a ser feito sobre os prejuízos causados pelos protestos a nível nacional, que permitirá fazer um plano de recuperação económica, a curto prazo.